Escritora Adélia Prado vence o Prêmio Camões 2024, reconhecimento da literatura em língua portuguesa
Aos 88 anos, a mineira de Divinópolis também comemora a conquista do Prêmio Machado de Assis e anuncia nova coletânea de poemas após mais de uma década
A escritora mineira Adélia Prado foi anunciada nesta quarta-feira (26) como a vencedora do Prêmio Camões 2024, prestigioso reconhecimento da literatura em língua portuguesa. Aos 88 anos, Prado, que reside em Divinópolis, Minas Gerais, receberá um prêmio de 100 mil euros, um dos maiores valores do mundo entre os prêmios literários.
A decisão foi tomada por um júri composto por seis membros de diferentes países lusófonos: Deonisio da Silva e Ranieri Ribas, do Brasil; Dionisio Bahule e Francisco Noa, de Moçambique; e Clara Crabbé Rocha e Isabel Cristina Mateus, de Portugal. A reunião ocorreu virtualmente.
Segundo o júri, a escolha de Adélia Prado se deve à originalidade e à longevidade de sua obra, com destaque para sua produção poética. Prado é descrita como uma “herdeira de Carlos Drummond de Andrade“, que a introduziu ao cenário literário e sobre quem escreveu elogiosamente: “Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo…”. Os jurados enfatizaram a voz inconfundível da autora na literatura de língua portuguesa, mesclando lirismo, espiritualidade e uma abordagem franca de temas íntimos.
Este é o segundo prêmio importante que Prado recebe em menos de uma semana. No último dia 20 de junho, ela foi anunciada como vencedora do Prêmio Machado de Assis 2024, concedido pela Academia Brasileira de Letras.
Além de celebrar essas conquistas, Adélia Prado anunciou seu retorno à literatura com a coletânea inédita Jardim das Oliveiras, que será lançada ainda este ano pela Editora Record. Esta nova publicação marca o fim de um hiato criativo que durou mais de uma década, desde sua última obra, Miserere, em 2013.
O Prêmio Camões, criado em 1988, tem como objetivo reconhecer autores de língua portuguesa que tenham contribuído significativamente para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua. Instituído por Portugal e pelo Brasil, o prêmio é concedido anualmente a autores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Em anos anteriores, escritores brasileiros como Chico Buarque, Rachel de Queiroz, João Cabral de Melo Neto, Jorge Amado e Lygia Fagundes Telles também foram laureados com essa honraria.
Fonte: Revista O Grito
Texto: Isabela Ferro
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