Mestre Damasceno faz participação especial em show de Chico César durante festival em Salvador
A participação especial de Mestre Damasceno neste domingo, 17, foi por meio do edital do programa É Tudo Nosso
Chico César e Mestre Damasceno estiveram juntos no Festival Radioca, em Salvador, Bahia, neste domingo, 17. A participação especial de Mestre Damasceno foi por meio do edital do programa É Tudo Nosso, de uma marca de cerveja. O momento foi de grande emoção para o compositor e mestre da cultura popular paraense.
Nascido em 1954, em Salvaterra, na ilha do Marajó, Mestre Damasceno completou, em 2023, 50 anos de carreira. Cantor, compositor, escritor de autos juninos e pescador, ele perdeu a visão aos 19 anos, em um acidente de trabalho. O artista é da Comunidade Quilombola do Salvá.
Mestre Damasceno agradece a Deus pela oportunidade de participar do show de Chico César. Ele diz foi uma grande alegria e reconhece o potencial que Chico é. “Foi uma riqueza, uma felicidade tanto para mim, como para o meu seguidor e o povo que fica hoje olhando o meu trabalho”, fala.
Levar a cultura local para o mundo é uma luta de muitos anos, segundo Mestre Damasceno. Ele fala que tem muita alegria para levar ao povo paraense e brasileiro. “A gente ainda tem muito a pensar sobre levar nossa cultura popular mais à frente, que é o nosso sonho principal”, afirma.
Em 2023, Mestre Damasceno fez parte de grandes momentos da cultura popular brasileira. No início do ano, em fevereiro, o artista foi samba-enredo da Paraíso da Tuiuti no Carnaval do Rio de Janeiro. Mestre Damasceno também participou de outros festivais e celebrações, como o do boi-bumbá, em junho. Ele é reconhecido e consagrado como mestre da cultura popular e criador do Búfalo-Bumbá - uma variação do boi-bumbá criada por ele.
Desde 2023, o artista faz parte do Conjunto de Carimbó Nativos Marajoara, formado por Agnaldo Vasconcelos, Anderson Gonçalves, Arivaldo Pampolha, David Santos, Emerson Miranda, Francisco Junior, Ivanelson Trindade e Naldo Modesto.
Mestre Damasceno tem quatro álbuns gravados e mais de 400 músicas lançadas, além de estrelar os documentários “Mestre Damasceno – O Resplendor da Resistência Marajoara” e “O Boi-Bumbá de Salvaterra e suas Comunidades Quilombolas” - dirigidos por Guto Nunes, amigo e produtor do Mestre.
Para 2024, Mestre Damasceno já pensa na gravação de um próximo CD e no Arraial de Santo Antônio. A escola de samba de Belém Deixa Falar terá o artista como homenageado. “Se Deus quiser, este ano a gente está com fé de que chegue a fazer essas coisas”, diz. Mestre Damasceno também tem como meta a construção de um centro cultural.
Ainda este ano, o Mestre Damasceno recebe duas honrarias. A primeira é a Medalha Cidadão da Cultura Mestre Verequete, dada pela Assembleia Legislativa do Estado do Pará a personalidades de destaque no ramo artístico e cultural. A segunda é a Comenda Eneida de Moraes, oferecida pela Secretaria de Estado de Cultura do Pará (Secult-PA) a pessoas relevantes no serviço e na atuação em prol da democratização da cultura do Estado. Além dessas, Mestre Damasceno também recebe o Título de Cidadão Belenense pelo Município de Belém e o Estado do Pará.
(*Lívia Ximenes, estagiária sob supervisão do Coordenador de Cultura, Abílio Dantas)
Fonte: O Liberal
Texto: Lívia Ximenes
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