Abílio Dantas estreia na literatura com o livro de poemas “Fogo de Rua”
Jornalista e compositor Abílio Dantas lança neste sábado (21) o livro “Fogo de Rua” na Casa da Linguagem
Em “Fogo de Rua”, os versos tratam de manifestações populares, vivências e lembranças noturnas traduzidas pelas experimentações de linguagem poética, com referências a diversas personalidades. O incômodo em perceber o silêncio existente sobre a história de artistas como o poeta Bruno de Menezes, o violonista Tó Teixeira e a escritora Lindanor Celina impulsionou o livro.
“Tudo começa pelo fascínio por eles, e também antes deles o fascínio pela história de Belém. Eu sou muito de gostar de Belém e do Pará. O meu pai Amaury Braga Dantas é escritor, os romances todos deles são históricos. Todos estão falando um pouco sobre Belém, e cria narrativas em cima de contextos históricos”, conta.
“A vivência com a obra do meu pai, de escutar ele falando os textos na Feira do Livro incutiu em mim de forma inconsciente isso de misturar a arte, ficção, literatura e história, e o primeiro poema pronto foi o ‘Cem Exílios’, que li em um livro do Salomão Habib sobre o Tó Teixeira caminhando com o Bruno de Menezes, escrito no diário do Tó. Achei tão interessante que eu fiquei vendo a imagem deles caminhando, a criação vem da imagem, tem a ver com o fascínio e a vontade de ter vivido aquilo”, complementa.
Nos 40 poemas é possível ver inspirações em escolas como o modernismo, com suas nuances regionais, e no concretismo. Os poemas de Abílio Dantas formam pegam do concretismo partes da formação de imagens.
“Essa batalha entre o universal e o regional na literatura que me interessa. Tem totalmente a ver com os valores, incutidas no falar da minha região, a cidade de Belém, e o estado do Pará. O que eu vejo como regionalismo, não é uma vontade ufanista, que é dizer que aqui é melhor que outros lugares, onde só fala de tacacá ou açaí, como se isso fosse o principal da região. O que me interessa é o que há de particular na linguagem, nas línguas, nos falares, nas histórias”, revela.
O escritor assume que além das inspirações que teve de Bruno de Menezes, Carlos Drummond de Andrade, e Paulo Leminski, outros só foi perceber com os poemas prontos, como Manuel Bandeira.
“Depois de considerar o texto pronto, fui vendo muito do Manuel Bandeira no meu texto. Tem um poema em homenagem a David Miguel, que fala de uma história, do mestre, que lembra muito o poema ‘Irene entra no céu’. Isso foi uma coisa que entrou que li mais atrás. Não foi um plágio. Foi algo inconsciente”, declara.
Serviço: Lançamento do livro “Fogo de Rua”, de Abílio Dantas
Data: 21 de outubro (Sábado)
Local: Casa da Linguagem (Avenida Nazaré, 31)
Hora: a partir de 17h30
Valor do Livro: R$ 40
Fonte: O liberal
Texto: Vito Gemaque
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