Feira Pan-Amazônica do Livro e Multivozes celebra a diversidade com cartunistas do todo o País
O evento literário encerra no próximo dia 17 de setembro. As visitações podem ser feitas das 9h às 20h
A 26ª Feira Pan-Amazônica do Livro está aberta ao público até o próximo domingo (17), e oferece a oportunidade de conhecer vários cartunistas nacionais e regionais. Entre os destaques deste ano, estão os quadrinistas Carlos Ruas, criador do webcomic “Um Sábado Qualquer”, e Lucas Moura Quaresma, que fala sobre autismo de uma forma diferente, e a sua maneira de ver o mundo. A participação dos dois reflete a proposta da feira literária, que é celebrar a diversidade e o talento artístico, espalhados nos quatro cantos do Hangar - Centro de Convenções.
Carlos Ruas, conhecido por sua tirinha cômica que aborda temas religiosos de forma satírica publicadas nas redes sociais, está de volta à Feira do Livro após cinco anos. O cartunista carioca se diz muito empolgado em poder retornar a Belém e elogia a culinária paraense: “A gastronomia da cidade parece de outro país. É uma gastronomia própria e muito rica, e por isso me conquistou. Divulgo para todos os meus amigos”.
O chargista afirmou que está com altas expectativas para autografar na Feira do Livro. “Tem cinco anos que vim aqui, foi de uma forma breve, mas acho que consegui plantar uma ‘sementinha’ de leitores que vieram me ver, vieram ganhar autógrafo. Desta vez, voltei com um stand próprio e estou com expectativas dos novos leitores aparecem”, acrescentou.
Além dos livros, Carlos oferece aos leitores a oportunidade de levar para casa pelúcias de seus personagens icônicos, como o Deus e o Luci. "Você pode tanto dormir com Deus quanto abraçar o capeta literalmente", brinca.
Sobre a inspiração para criar suas tirinhas, Ruas compartilha que vieram da curiosidade. “Eu tive uma mãe católica, uma avó espírita e um pai ateu, então, meu crescimento já foi uma lambança no quesito existencial e sempre me questionei muito sobre as questões existenciais porque sempre me trouxeram interesse”.
Ele reconhece que a exposição na internet também atrai críticas, principalmente por ilustrar um tema considerado delicado, mas Carlos abraça isso como um sinal de sucesso. "Os haters são sempre bem-vindos porque se você começa a ter haters, significa que seu trabalho está dando muito certo”, complementou.
A arte como expressão do autismo
Os quadrinhos produzidos pelo paraense Lucas Moura Quaresma, ilustrador autista, estão sendo expostos no Beco do Artista. Ele está autografando seu novo trabalho, “Belém, Belém, de onde tuas mangas vêm?”, que apresenta uma visão única da cidade e sua relação com as mangueiras.
A paixão de Lucas pela arte surgiu desde a infância, quando começou a desenhar ao assistir vários desenhos. “A arte é legal para mim, faz eu me expor para o mundo, o que eu penso. Sai tudo da minha imaginação e vira os meus desenhos”, acrescentou o cartunista.
Eliane Moura Quaresma, mãe de Lucas, se diz orgulhosa pelo trabalho do filho e também pela exposição na Feira do Livro, que dá oportunidade única dele se expressar e interagir com outras pessoas.
"Eu sempre achei que a arte é fundamental. Independente dele ser autista ou não, a arte é tudo, envolve todos nós, o ser humano não fica sem arte”, afirmou Eliane.
Fonte: O Liberal
Texto: Amanda Martins
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