Ramon Reis mostra imersão à Salinópolis em projeto audiovisual
Artista mostra referências vividas no município, do nordeste paraense, que é sua terra natal
A sala expositiva Pivô Satélite #6, da Galeria de Arte Pivô, de São Paulo, já está no ar, com ‘Viriandeua-Virianduba’. Com direção e conceito assinados pelo paraense Ramon Reis e curadoria de Vânia Leal, o projeto áudio visual permite uma imersão ao município de Salinópolis, nordeste paraense.
“O vídeo é um convite à escuta, habilidade que se constitui a partir de e em relação à sensorialidades. Meu ponto de partida é a conexão entre natureza e cultura, desde a Amazônia Atlântica. Falar do território onde nasci e me criei, é perceber todas as linhas de força construídas no e sobre o meu corpo, pela sobrevivência e pelo sentimento de pertencimento”, disse Ramon.
“É reverenciar também minhas mestras e meus mestres, as/os mestras/es de carimbó, as parteiras, as/os pescadoras/es, as vendedoras de comidas típicas, já que todas/os são parte integrante e necessária para a vida nativa. Com isso, abro a possibilidade para refletirmos sobre o que fazemos com o que fazem e/ou fizeram de nós, já que estamos falando de um território permeado por mudanças constantes, quase sempre justificadas por uma ideia de desenvolvimento e modernidade”, acrescenta.
A exposição ficará disponível nos próximos quatro meses, nela é possível encontrar a ancestralidade que perpassa a construção do passado no aqui e agora, referências que podem ser feitas apenas por viveu e vive aquilo, o que é o caso do artista.
‘Viriandeua-Virianduba’ tem figurino de Fábio Purificação, fotografia still de Adriana Sena, edição de imagem still de Selton Martins, câmera de André Mardock, auxiliar e som direto de Luciano Mourão e montagem e finalização por Felipe Negídio.
“A partir de caminhos traçados na experiência individual, a ancestralidade sinalizou o discurso que está presente tanto em Corpo (In)Finito? – Prólogo [Insurgências] quanto em Ensaio Viriandeua-Virianduba, apresentado no Pivô Satélite, que traz o corpo-território de Ramon constituído de vínculos estabelecidos na Amazônia Atlântica, na cidade de Salinópolis, sua terra natal, que fica aproximadamente a 210 quilômetros da capital, Belém, no Pará”, trecho de Vânia Leal, curadora do Arte Pará.
Ramon se mostra como testemunha ocular de corpo presente, das imagens do passado quando elas tomam forma mediante aos seus discursos e/ou narrativas, que estão presentes por meio dos vestígios estratigráficos, como mangue, lama, tronco, terra, mar e território desnudado.
Fonte: O Liberal
Texto: Bruna Dias
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