Sarau do Povo da Noite realiza primeiro evento do ano, no Sesc Ver-o-Peso
O sarau itinerante é realizado há cinco anos e será desta vez
Qual é o lugar da poesia? Para o Sarau do Povo da Noite, evento que ocorre de forma itinerante há mais de cinco anos em Belém, é onde os versos e poemas possam estar, tanto em páginas quantos nas vozes e corpos dos artistas e amantes da arte. Nesta sexta-feira, 17, a partir das 18h30, será realizado o primeiro evento do ano no Sesc Ver-o-Peso, no bairro da Campina, com entrada gratuita. O foco, mais uma vez, é a poesia falada, compartilhada entre os presentes.
O grupo organizador, autointitulado ‘Povo da Noite’, tem como diretriz de atuação ser um espaço aberto para declamações e performances poéticas. Para isso, não há inscrição prévia e nem ordem de apresentação determinada. “Fazemos saraus e participamos de diversas programações. O plano para este ano é manter o caráter itinerante pela cidade e até para fora dela. Mantemos o sarau como um sinônimo de programação em que as pessoas vão dizer e ouvir poesia. Uma referência de espaço no qual a poesia é central, é protagonista”, explica a poeta e historiadora Roberta Tavares, que vai lançar seu novo livro de poemas, “Mulheres de Fogo”, no dia 30 de março.
Para a também poeta e cientista política Naiana Cruz, uma das fundadoras do sarau, a principal característica do Povo da Noite é o fato de que todas as pessoas que participam são tratadas da mesma maneira, ainda que sejam estreantes na arte de falar poesia em público. “No sarau não há distinção entre artistas que já possuem experiência em declamação e pessoas que estão mostrando pela primeira vez seus poemas a um público. O que importa é ser um espaço em que as pessoas se sintam à vontade para falar e ser escutadas. E elas se sentem”, afirma a organizadora.
Segundo o “Povo da Noite”, a ideia do sarau surgiu do incômodo de frequentar outros eventos em que, embora fossem divulgados como local de declamação de versos, as apresentações musicais relegavam ao segundo plano os poemas e seus autores. “Não temos nada contra a música. Muito pelo contrário. Mas quando vamos a um evento que está sendo divulgado como um sarau de poesia é claro que esperamos ter espaço, tanto para declamar quanto para ouvir”, diz Rodrigo Briveira, poeta, professor e um dos fundadores do grupo.
A poesia, antes de ser escrita, nasce da oralidade, das tradições orais, destaca o “Povo da Noite”. “Na poesia brasileira, isso está muito presente na poesia de cordel, por exemplo. O ato de falar poesia e de ouvir faz tanto parte da nossa história artística quanto qualquer outra manifestação, por isso resolvemos criar o Sarau do Povo da Noite, em Belém, como frequentadores de saraus e como pessoas que estavam buscando um formato de sarau, livre e sem hierarquias, que não encontrávamos”, completa o grupo.
A assistente técnica Cleo Oliveira, responsável pelos projetos de Literatura e Artes Cênicas do Sesc, destaca que o Sarau do Povo da Noite foi convidado por realizar uma programação de poesia aberta. “Não há distinção entre quem escreve ou não. A pessoa pode ler seus poemas ou os poemas de outros artistas. Então é uma programação democrática, o que é muito legal! Acaba sendo um incentivo para que as pessoas se aproximem da leitura e da literatura, e o Sesc é um espaço para os novos artistas”, conclui.
AGENDE-SE:
Sarau do Povo da Noite
Data: sexta-feira (17), às 18h30
Local: Sesc Ver-o-Peso (Boulevard Castilhos França, 522/523)
Fonte: O Liberal (texto)
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