Ícones da história e da cultura paraense estão entre os homenageados das escolas de samba de Belém

 Zélia Amador, o compositor e um dos fundadores do Arraial do Pavulagem, Ronaldo Silva, o time Tuna Luso Brasileira, a Ilha do Marajó, Oxum e entre outros ícones importantes que marcam o estado

João Gomes/ Comus
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No próximo final de semana a Aldeia Cabana será tomada pelas alegorias, alas e carros alegóricos das escolas de samba de Belém, que esse ano trará como homenageados a professora e ativista Zélia Amador, o compositor e um dos fundadores do Arraial do Pavulagem, Ronaldo Silva , o tempo Tuna Luso Brasileira, a Ilha do Marajó, Oxum e entre outros ícones importantes que marcam o estado.

Desde 2021 a Escola de Samba Os Colibris, do bairro da Maracangalha, já tinha feito a escolha do enredo em homenagem à militante, ativista do movimento preto e professora da Universidade Federal do Pará Zélia Amador, mas em decorrência da pandemia os carnavais dos últimos anos foram cancelados e a diretoria da escola permitiu manter o tema.

"Nós nos apaixonamos pela história dela e resolvemos manter. Esse ano é a primeira vez que a nossa escola desfila pelo grupo especial e vamos levar a história da professora Zélia para a avenida para o mundo todo saber quem é essa mulher de luta", destaca a presidente Tatiane Meireles.

De acordo com os preparativos, Tatiane disse que a escola está na fase de acabamento das alegorias, fantasias e carros. "Nós já estamos na fase final e cheios de expectativa para entrar na avenida com alegria, pois esse ano é muito especial para todos nós. A professora Zélia será coroada na avenida. Ela vai desfilar no carro principal", acrescenta um presidente da escola.

A escola de samba Bole Bole, do bairro do Guamá, também prestará homenagem a um ícone da cultura paraense, o compositor e um dos fundadores do Arraial do Pavulagem, Ronaldo Silva.

Erivelton Martins, que além de presidente também é autor do samba-enredo deste ano, diz que Ronaldo Silva sempre bebeu da fonte da cultura popular do bairro do Guamá, que ele frequenta o bairro e muita coisa que ele canta está na experiência e vivência no Guamá. “Além de toda a importância que ele tem para a cultura do estado, ele também é meu amigo e, assim, resolvemos fazer essa homenagem”, disse Erivelton durante o primeiro arrastão da escola deste ano pelas ruas do Guamá.

Ele acrescenta também que a escola de samba está satisfeita com a escolha e a homenagem, pois está tendo receptividade do público e também apoio do Arraial do Pavulagem. “Vai ser um grande espetáculo”, acrescenta Erivelton.

Sobre os preparativos para o desfile deste ano, o presidente garantiu que está tudo bem encaminhado. As fantasias estão praticamente prontas. A escola vai sair com uma média de 10 alas que são compostas por 1.200 brincantes na avenida.

“A ilha das maravilhas e o mundo perdido dos Marajós. O Arquipélago que encanta" será o enredo do Rancho não Posso Me Amofiná, do bairro do Jurunas, que o último título de campeã foi em 2019, quando homenageou a cidade de Barcarena, com o enredo "Made in Barcarena - Eu canto o encanto do teu universo".

Esse ano a escola vem com 16 alas e 1800 brincantes planejados pela Aldeia Cabana. É uma das mais tradicionais escolas de samba da cidade. Coleciona 28 títulos do Carnaval, sendo 18 como escola de samba, e os outros 10 na categoria rancho.

A escola foi fundada pelo sambista paraense Raimundo Manito, que morou alguns anos no Rio de Janeiro, e era militante político do Velho PCB. Por conta disso, membros da escola afirmam que a agremiação sofreu perseguições, sendo prejudicadas em alguns concursos, como por exemplo, o Carnaval de 1946, quando apresentou o enredo "Exaltação aos expedicionários Brasileiros", dentro do regulamento estipulado, e acabou sendo derrotado pela Escola Mista do Umarizal Já teve como seu cantor Dominguinhos do Estácio.

“Tocam em rituais os tambores da Matinha e Louvação a Oxum, a Rainha das Águas Doces” será o enredo da Matinha, que esse ano inaugurou sede nova. A escola vai se apresentar com 13 alas e 1200 brincantes. Foi campeã do grupo A em 2013 retornando ao grupo especial, onde permanece até hoje.

A escola de samba “Quem São Eles”, do bairro do Umarizal, faz a homenagem ao tempo da Tuna Luso Brasileira. A escola vem com o enredo “O voo das águias guerreiras. Tuna Luso Brasileira, uma majestade lusitana em terras da Amazónia”. Os 1100 brincantes vão se residir na avenida distribuída em 11 alas.

No total são dez escolas que prometem encantar o público na passarela do samba nos dias 11 e 12 de fevereiro, na Aldeia Cabana Davi Miguel, no bairro da Pedreira. Os desfiles contam com organização e produção geral da ESA (Escolas de Samba Associadas). A promoção é da Prefeitura de Belém, via Fumbel.

As vendas dos ingressos e arquibancadas para o desfile oficial das escolas de samba do Grupo Especial acontecem na Aldeia Cabana, de segunda a sexta, das 12h às 17h. E sábado de 9h as 12h. A novidade deste ano são as frisas com oito lugares no Centro Monumental da avenida. Elas são semelhantes as já que já existem na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro.


Fonte: O Liberal 

Texto: Bruna Lima

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