As janelas da poesia em versos pontuais

 

Estou acumulando participações nos projetos da Aval e gostando bastante das temáticas. Aqui está, mais uma produção! 

Evento Literário...

Tema: O que vejo da minha janela

Autor: Paulo Vasconcellos – Convidado de Ira Rodrigues

A minha janela discreta

Talvez

Alguém possa imaginar como eu “vejo” a minha janela

Talvez

Eu nunca tenha dito como a “vejo”

Talvez

Alguém possa querer saber como é o meu universo visual

Talvez

Depois que eu revelar, aí sim: todos saberão.

Na minha janela, posso sentir o calor dos raios do sol

E o vento que vem de mansinho

Usufruindo a natureza e elevando os meus pensamentos.

Talvez

Tal revelação surpreenda alguém,

Contudo, garanto que as surpresas virão

De acordo com o meu dissertar, há facilitação,

Mas a minha janela reserva segredos

Que só eu sou capaz de revelar.

Talvez

Alguém já se aproximou do veredito

da minha retórica.

Certamente

Não existe mistério algum:

a minha janela é discreta e me inspira

causando-me imensa satisfação

em poder ouvir o canto dos pássaros

sentir calor e perceber a leveza do vento

dotando-me de bastante tranquilidade

para então, revelar o que não é segredo:

com veemência e altivez

falo e escrevo, sem qualquer reação de medo

e por conseguinte, ter a consciência

que tudo é provido por deus

que nos ampara e protege

até quando existir algo casual.

Talvez

A charada esteja concluída

através da palavra que finalizará este escrito

recheado de suspense e emoção.

Certamente

O ponto crucial de tudo isso

é que a minha janela pediu para eu metaforizar

conversando com ela e juntos decidirmos

o quão é bela a vida

valorizada por quem a vive.

Cheguei a culminância do texto em questão:

a minha discreta janela permitiu que eu revelasse...

sou pessoa com deficiência visual e deveras discreto!!!

Autor: Paulo Vasconcellos, escritor e poeta, integrante do grupo PCDV

Cidade: Capanema-Pará-Amazônia-Brasil

Imagem: Divulgação