Educativo do Arte Pará inova e está cada vez mais perto do público
John Fletcher diz que é uma área que fala muito sobre uma demanda atual, pois busca colocar em discussão questões políticas e visuais
Vista de estudantes faz parte das ações educativas do Arte Pará (Divulgação) |
Para além de exposição, o projeto Arte Pará congrega arte e educação durante toda a trajetória de 40 anos. Ao longo das edições, as ações do educativo vêm inovando em estratégias e também se aproximando cada vez mais do público. O educativo do Arte Pará envolve os mediadores da exposição, as visitas de grupos de estudantes com as oficinas e esse ano foi oficializado a programação da varanda, que é um bate-papo com artistas para tratar sobre as pautas presentes na exposição.
Vânia Leal, que é uma das curadoras do Arte Pará e também curadora do educativo, explica que a ação educativa do projeto é interdisciplinar, uma vez que a plataforma contemporânea da arte é híbrida e traz questões sociológicas, antropológicas e culturais, por isso, inclui diferentes formas de debate.
Uma das ações é a aprendizagem continuada, que promove debates entre artistas, curadores e estudantes universitários e no final da temporada de palestras são escolhidos os estudantes que compõem a equipe de mediadores. Esse ano, Rafhael de Luiz Melo, Flavya Pinheiro de Sousa Melo, Aluízio Fonseca de Neves, Rita Helena Cunha Oliveira, Dilene Nazaré Silva Cunha, Ana Cristina Weyl, Mauro Joaquim Nascimento e Matheus do Nascimento Sousa foram os selecionados.
O professor John Fletcher, que tem tese de doutorado sobre o Arte Pará e atua há alguns anos nas ações do educativo ao lado de Vânia Leal, explica que a edição de 40 anos é significativa e mostra que o projeto chega a um estágio de amadurecimento com a troca de diálogos e inspiração artística.
“Nós tivemos um trabalho no educativo que foi muito bem organizado pela Vânia Leal, uma formação que buscou apontar para uma serie de debates atualizados trazendo pautas políticas que são importantes para a Amazônia. Falamos sobre diversidade cultural, étnica, de apoio às comunidades negras, indígenas, das mulheres”, pontua o professor.
Ainda sobre o educativo, John Fletcher diz que é uma área que fala muito sobre uma demanda atual, pois busca colocar em discussão questões políticas e visuais. “É um processo muito importante de manutenção de um trabalho que vem sendo feito ao longo dos anos e que, nesta edição, de maneira ampliada, pude também firmar parceria para somar”, completa o professor.
Esse ano, uma das inovações foi o bate-papo na Varanda, que ocorreu durante o mês de novembro envolvendo alguns dos artistas da edição. Lúcia Gomes, Edivânia Câmara, Ramon Reis, Paula Sampaio, Nay Jinknss, Walda Marques e Keila Sankofa puderam estabelecer um contato maior com apreciadores da arte e outros artistas sobre temas atuais e pertinente da linguagem das artes plásticas e sócio-culturais.
Emerson Caldas, que contribui com a equipe em todas as ações do educativo, diz que essa edição marca o Arte Pará como um projeto produtor de conhecimento com questões de identidade, da Amazônia de gênero, do corpo. “Esses debates que ocorrem nas ações do educativo envolvem as temáticas que estão presentes na exposição por meio dos trabalhos dos artistas. E tudo isso faz parte de uma parceria do Arte Pará com a Casa das Onze Janelas”, comenta Emerson.
Fonte: O Liberal
Texto: Bruna Dias
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