Jovem artista paraense encontra na arte formas de lidar com autismo
Hadassa Hanna realizou uma mostra inspirada nas suas emoções, vivencias e dificuldades típicas do TEA
A artista paraense Hadassa Hanna realizou no último final de semana uma exposição com diversas telas que foram produzidas ao longo de sua trajetória como pintora. A adolescente que convive com o transtorno do espectro autista (TEA), depositou na arte suas emoções, vivências e dificuldades típicas do transtorno. A mostra foi apresentada no Colégio Universo, em Vila dos Cabanos (Barcarena).
A exposição surgiu através de uma ideia da coordenadora do colégio em que Hadassa estuda, como uma forma de avaliação. “Através da valorização da minha arte, posso perceber o quanto sou importante, e que as minhas limitações não são ponto final. Já que eu vivia tolhida pelo fato de necessitar de auxílio ledor e transcritor na vida acadêmica. Mas hoje através da arte me vejo de forma mais autônoma, mais capaz”, afirmou.
Hadassa relata ter tido dificuldade para aprender a falar e, portanto, a pintura e o desenho expressavam o que ela precisava. “Quando eu queria comer feijão desenhava e mostrava para minha mãe”, comentou a autora em uma aula de língua portuguesa. A jovem relata ainda que é entre os pincéis, telas e tintas que sua imaginação flui e ela se sente plenamente realizada. “A arte é a forma que eu tenho de me expressar, estou feliz e muito esperançosa no meu tratamento do TEA”, concluiu.
A aluna estuda em escola de ensino regular, tem muitos amigos e participa de todas as atividades propostas. Hadassa supera as estereotipias típicas do TEA, através de suas terapias e do esforço coletivo: família- especialista- escola. Ela pretende trabalhar com artes visuais, animes, quadrinhos e escrever livros para o público juvenil. Empatia descreve a artista que vislumbra um mundo mais inclusivo e repleto de oportunidades para as pessoas atípicas.
O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses.
Fonte: O Liberal
Texto: Thainá Dias
Post a Comment