Caetano Veloso, que completou 80 anos, marcou a vida de paraenses
A equipe de oliberal.com conversou com pessoas que foram tocadas pelo artista
Caetano Veloso completou 80 anos, no domingo (7), e ao longo dessa trajetória na arte e na música impactou de diversas formas a vida de milhares de pessoas não só na Bahia, nem no Brasil, mas no mundo. Um artista que já circulou e passou por diversas experiências e tem muito o que dividir e motivar pessoas de diferentes gerações.
Pensando nessa referência, a equipe de O Liberal conversou com fãs paraenses que são afetados pela arte do músico baiano ao longo de todos esses anos. O radialista e colecionador de discos, Leo Bitar, tem uma história engraçada que vivenciou com o artista.
Há alguns anos, Leo foi para o show do Radiohead, em São Paulo, e já no local do show, se instalou próximo a mesa de som e, de repente, foi surpreendido com a presença de Caetano Veloso, que estava na mesma área. Mas quando o show do Radiohead começou, Caetano resolveu subir em uma estrutura de ferro para ver melhor o show e Bitar começou a gritar e disse que Caetano estava impedindo a galera de assistir ao show.
"Foi uma situação bem engraçada, porque eu ficava gritando Caetano, Caetano e ele achava que eu estava o chamando como fã, até que ele olhou e eu disse que ele estava atrapalhando. A galera que estava por perto concordou e ele desceu da estrutura todo sem graça", recordou Bitar aos risos.
A admiração do radialista por Caetano vem desde a adolescência, pois em sua casa sempre se ouviu música, o pai música erudita e a mãe música brasileira. "A minha irmã, no final dos anos 70 para o início dos anos 80 começou a apresentar a parte do rock e a música popular brasileira. Ela levou o cinema transcendental de Caetano Veloso para casa e eu fiquei apaixonado, eu adorava a sonoridade, as canções", recorda Bitar.
Em 83 ou 84, foi o primeiro show de Caetano que Leo assistiu. Ele disse que foi a turnê "Velô", na Escola Superior de Educação Física . Uma situação marcante foi no momento da música "Terra", que guardou como uma das músicas mais marcantes até hoje. "No momento dessa música se formou um silêncio impressionante, foi algo muito marcante e nesse show também eu vi um Caetano mais rock roll", acrescenta Leo Bitar.
A doula e massoterapeuta Ketely Rocha, 32, também tem uma história que marca o artista em sua vida. Ela é mãe de dois filhos, o Joaquim e o Caetano, sendo o segundo uma homenagem ao artista. O curioso é que antes disso, Ketely diz que não tinha tanta admiração pelo músico, ela escutava as músicas mas não se enxergava como fã.
Na segunda gestação, ela passou a ouvir com frequência diversas músicas, mas principalmente a música "Mãe" de Caetano Veloso, uma música que lhe confortava e acalmava. "É uma música de 78, se não estou enganada, é uma música que o Caetano não curtia muito. Ele fez e pouco cantava. É uma música linda, mas muito triste. A música fala de um desencontro consigo mesmo. Enfim, me marcou muito nesse período de gestação e era a voz que me acalmava, me trazia para esse lugar de sensibilidade", recorda a jovem.
Ketely disse que em virtude dessa experiência decidiu nomear o filho caçula em homenagem ao artista, pois além de viver essa experiência, ela também gosta da sonoridade do nome Caetano.
Fonte: O Liberal
Texto: Bruna Lima
Imagem: Ivan Duarte / O Liberal
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