Julgamento do Arte Pará encontra um Brasil diversificado artisticamente

 Salão recebeu cerca de ­800 inscritos e teve três dias de trabalho da comissão julgadora



O julgamento do Salão Arte Pará, que completa 40 anos em 2022, teve início na segunda-feira, 25, no Museu Nacional de Belas Artes, na cidade do Rio de Janeiro, no que marcou a primeira vez em que o julgamento ocorreu fora de Belém. Foram três dias de uma verdadeira imersão na atual produção artística da Amazônia Legal e do Brasil. Ao todo, o Projeto Arte Pará recebeu exatas 785 inscrições.

A mostra competitiva está de volta depois de cinco edições sem premiação. As inscrições foram realizadas até o último dia 16, para duas categorias distintas: Mostra Nacional e Fomento à Produção de Artistas Emergentes da Amazônia Legal. A primeira, com 157 inscrições, se refere, pela primeira vez na história do edital, às bolsas de residência, que são conferidas por parcerias firmadas com o Instituto Inclusartiz, sediado no Rio de Janeiro, e ao Instituto Pivô Arte e Pesquisa, de São Paulo, e é focada em artista oriundos da região amazônica. A segunda categoria recebeu 628 inscritos, e contemplou artistas de todo Brasil.

Julgamento - A comissão julgadora é formada pelos convidados Sandra Benites, antropóloga e primeira curadora indígena de um museu do Brasil, o Museu de Arte de São Paulo (MASP); Daniel Barretto, coordenador técnico do Museu Nacional de Belas Artes; o professor universitário e historiador paraense Aldrin Figueiredo e pelo curador geral do evento, Paulo Herkenhoff, se debruçou sobre as quase 800 obras nas mais variadas linguagens, que passam pelas tradicionais pinturas em acrílica, óleo sobre tela, desenhos, gravuras e aquarelas, passando por instalações, fotografias, vídeos, objetos, performances e as modernas pinturas digitais.

A longa lista de inscritos foi analisada com as propostas de trabalhos sendo projetadas em um telão para uma avaliação melhor e mais precisa. As obras que não se encaixam nas normas do edital são descartadas, outras que não estão de acordo com a proposta do Projeto também. Algumas, pela qualidade, passam direto para a lista de selecionados, outros são colocados no que é chamado de “purgatório” e passam por mais uma revisão e, se necessário, há uma votação entre os jurados para decidir se a obra entra ou não.

Para Paulo Herkenhoff, que está no Arte Pará desde 1988, o salão tem a função de promover uma espécie de “captura” das artes em todo Brasil. “Percebemos que Belém recebe poucas exposições de artistas nacionais, então, o Arte Pará cumpre essa função de mostrar o que está sendo produzido nacionalmente e estimular os artistas mais jovens sobre as possibilidades dessa arte”, destacou.

Premiação - O Salão Arte Pará 2022 vai distribuir R$ 50 mil em prêmios, de R$ 10 mil cada um, sendo três premiações para a Mostra Nacional e duas para Fomento à Produção de Artistas Emergentes da Amazônia Legal, e mais duas bolsas de residência dos Institutos Inclusartiz e Pivô Arte e Pesquisa. Ao todo, são sete prêmios.

A abertura do Salão Arte Pará 2022 será no dia 22 de setembro e vai ocupar os espaços da Casa das Onze Janelas e do Museu de Arte Sacra, no bairro da Cidade Velha, em Belém. Os premiados serão conhecidos no dia da abertura do Salão, mas a lista dos selecionados será divulgada na edição do jornal O Liberal de domingo, dia 31 próximo, e no portal www.oliberal.com  

Fonte: O Liberal

Texto: Dedé Mesquita

Imagem: Divulgação MNBA.

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