Menina aprende a tocar sanfona aos 6 anos inspirada em Luiz Gonzaga e incentivada pelo pai, no Piauí

 

Maria Clara cresceu ouvindo histórias e músicas de Luiz Gonzaga contadas pelo pai, um apaixonado pela música e representatividade do Rei do Baião.



A menina Maria Clara, hoje com 8 anos, inspirada na história de Luiz Gonzaga e no amor do pai Laerte Pereira, começou a tocar sanfona aos 6 anos. Ela já fez apresentações musicais e deixa admirados os amantes do baião em sua cidade São João do Piauí, distante 457 km de Teresina.

A mãe da pequena, Maurícia da Silva, contou que o marido sempre foi fã de Luiz Gonzaga, de forró e da música tradicional nordestina. Ele passou esse sentimento para a filha, que desde pequena ouviu histórias, assistiu a vídeos e escutou muita música do Rei do Baião.

 

Ao se matricular em um curso de sanfona, no primeiro dia, o pai levou Maria Clara, que muito curiosa, despertou a atenção do professor, que confirmou ao g1 que a menina tem "ouvido apurado" e isso facilita a aprender os acordes (veja depoimento abaixo).

“O pai dela resolveu fazer um curso em 2019 e levou ela no primeiro dia de aula só pra ver como era. Lá o professor percebeu a curiosidade e perguntou se ela queria pegar no instrumento, e ela disse que sim, ele explicou as notas do ‘Parabéns’ e ela tocou. Ali percebeu que ela tinha jeito com o instrumento”, contou a mãe.

 

Ainda de acordo com a mãe, o professor contou que nunca teve um aluno que tocasse o instrumento já na primeira aula. Até aquele momento, Maria Clara não havia tido contato com o instrumento, apenas por meio de músicas e vídeos que via e, hoje, quase dois anos após iniciar o curso, ela toca com uma sanfona de 80 baixos.

Após essa primeira experiência com o instrumento, Maria Clara não parou mais com as aulas, ao contrário do pai, que precisou desistir do curso por causa do trabalho. Atualmente, a mãe conta que para conciliar as apresentações com a escola, há uma logística preparada, e em alguns casos, os pais abrem mão do próprio sonho, para realizar o da filha.

 

 "A gente tem que conciliar tudo, eu que fico com as redes sociais, tenho que trabalhar, tenho que cuidar do outro pequeno que só tem dois anos, tem que tá ali cuidando dos estudos, das atividades pra fazer. Tudo isso requer tempo, a gente as vezes tem que abrir mão da vida da gente pra realizar o sonho dela" contou a mãe.

 

O período mais complicado para Maria Clara foi durante a pandemia, quando ficou seis meses sem praticar, e como não tinha sanfona, acabou esquecendo as notas e teve que aprender tudo novamente. Apesar da correria, a mãe contou que o sentimento que fica na família é de gratidão por ver a filha fazendo aquilo que gosta.

O pai de Maria Clara, Laerte Pereira, contou que desde pequeno teve contato com as obras de Luiz Gonzaga por influência dos tios, que ouviam as músicas em um rádio a pilha. Segundo ele, uma emissora local tinha uma programa que passava as músicas toda tarde e com isso, passou a ter mais contato com seu trabalho.

 

"Desde criança que a gente via e ouvia Luiz Gonzaga. A gente em casa tinha um rádio a pilha, e aqui nós temos uma emissora de rádio que sempre tocou na parte da tarde os forrós de Luiz Gonzaga. E lá com meus tios, eles sempre colocaram, e eu ouvia. E aí eu sempre ouvindo aquelas músicas, fui incentivando a Maria Clara. Eu sempre gostei do forró, e passei isso pra ela" contou o pai.


Laerte contou ainda que o filho mais novo Davi Lucas, de 2 anos, também tem contato com a música de Gonzaga e já leva o ritmo da sanfona.


"Ele já leva o ritmo, a gente comprou um pandeirinho e deu pra ele, e ele bate legal. E quando a gente pergunta como a Maria Clara toca, ele já leva o ritmo dos dedos na barriga. E eu creio que ele também vai levar jeito pra música" finalizou Laerte.


Fonte: G1/Jornal Maria Quitéria

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