Jornal Maria Quitéria: ao poeta com a minha dedicatória



**Mais uma vez, de feira de Santana/BA, minha produção poética sob a deferência dos confrades do Jornal Maria Quitéria, meio de comunicação que poetisa o Mundo. Meus agradecimentos ao poetamigo Maroel Bispo, por publicar o meu poema. (PV)




Poema: Carta ao poeta


 Há filosofias que nos norteiam,

apontando caminhos que nos levam

a qualquer lugar.

O poeta escreve certo por linhas tortas,

tentando dar explicações do que faz

e até se entorta com tantas palavras que escreve,

encontrando dificuldade para pronunciá-las.

O poeta tem muita fé em Deus,

porque Deus escreve certo

por linhas mais do que certas.

O poeta continua pensativo,

resolvendo o que vai apontar em seu caderno,

pega um lápis ou uma caneta,

rabisca o primeiro verso,

quer fechar pelo menos uma estrofe,

cantarola enquanto pensa,

procurando o ápice da inspiração.

Esse poeta é harmonioso e cheio de oportunismo,

não se esquece de agradecer a Deus.

As pedras foram retiradas do caminho do poeta,

ele assegura que não as chutará,

ao invés de fazer isso...

o poeta junta as pedras

para edificar seu poema preferido.

No meio do caminho, há um obstáculo,

o poeta ergue sua cabeça e medita,

encontra saída por outro caminho,

deixa as amarguras de lado e segue sozinho.

No fim do caminho, há um túnel escuro e sem saída,

o poeta faz nova reflexão,

ensaia um cálculo matemático,

colocando dividendos em questão

como medida cautelar.

O poeta retorna à sua jornada,

usando o mesmo caminho

que o levou à escuridão,

continuando suas andanças,

avistando o norte que deve seguir;

ainda confuso,

não definira aonde ir

no auge de sua sabedoria e,

na busca do viés da subordinação,

o poeta quer fazer sua declamação,

apropriando-se de rebuscados versos 

cintilantes ao seu linguajar coloquial,

confirmando eficiência a toda prova,

nunca desistindo de seus ideais,

escrevendo textos sem se preocupar com as regras,

mantendo o equilíbrio gramatical.

O poeta é um ser incisivo

que nunca desiste de seus sonhos;

mesmo sofrendo, mantém-se calado,

esbraveja quando necessário,

repreende se houver necessidade,

recusa-se a tomar medidas incorretas,

medita para não cometer injustiça,

elabora seus incrementos poéticos com exatidão.

Ele agradece a Deus,

dizendo-se ser iluminado por ele,

resigna-se e não se auto vangloria,

encoraja-se para manter-se enlevado.

O poeta é genial,

ele trabalha bastante,

nunca está desocupado,

sua mente é deveras evoluída.

Esse cara é o poeta,

verdadeiro artífice da poesia,

poetizando com excelência,

ele permanece de bem com a vida.

 

**Texto poético dedicado pelo autor, para todos os poetas e poetisas. Publicado no livro: "O laço e o compasso".
 

Autor: Paulo Vasconcellos, escritor e poeta, paraense de Capanema


Edição: GW

Fonte: Jornal Maria Quitéria 

Nenhum comentário