Allex Ribeiro lança o álbum 'Verbaloide'

 O cantor e compositor paraense fará show de lançamento em Bragança, nesta sexta-feira, 12, com as participações de Nilson Chaves, Allan Carvalho, Almirzinho Gabriel e Adilson Alcântara.






O cantor e compositor Allex Ribeiro lança nesta sexta-feira, 12, o álbum de estreia “Verbaloide”, em todas as plataformas de áudio. O projeto traz Rick Ferreira (que foi guitarrista de Raul Seixas) na produção e, claro, nas guitarras, além de “pitacos” de Zeca Baleiro e Nilson Chaves. O show de lançamento será em Bragança, cidade do Nordeste Paraense em que o artista reside, no Liceu de Música da Universidade do Estado do Pará (UEPA), a partir das 20 horas, com as participações de Nilson, Almirzinho Gabriel, Allan Carvalho e Adilson Alcântara.

“Verbaloide” chega um ano depois do primeiro EP, “O amor que acreditei de porre”. O novo trabalho traz oito faixas 100% autorais em estilo setentista, carregadas de letras críticas e debochadas, contagiadas pelo estilo de Raul Seixas. O nome do disco faz referência a um neologismo do astro baiano, que falava em lançar um livro com esse nome.

“Não é um cover, não trago um som igual ao do Raul, mas sim músicas existencialistas e até de protesto, de certa forma, verbofônicas, de alguém que desce o verbo”, avisa Allex Ribeiro. As músicas tocam em temas sensíveis, como o racismo, a exploração da fé e a realidade política do país.

O show em Bragança terá registro audiovisual, que será disponibilizado no canal do cantor no Youtube. O álbum também terá shows em Belém, ainda este ano, e em São Paulo, em janeiro de 2022, ocasião em que Allex e Baleiro lançarão juntos o single “Coração de Mosquito”. A música composta pelo paraense abre alas para um novo álbum homônimo em parceria com o artista maranhense.

O jornalista e crítico musical Leonardo Lichote descreve “Verbaloide” como “um encontro do sotaque musical interiorano de solo brasileiro com as referências (cruas ou depuradas) da música pop americana da virada dos 1950 para os 1960. Em resumo, um folk-rock de cantador que remete a Zé Ramalho, Belchior, Zeca Baleiro, Fagner e, acima de todos eles, Raul Seixas - um artista que condensava em si Gonzagão e Elvis”.

Rick Ferreira, um dos elos dessa influência, tocou em todos os discos de Raul, de 1974 a 1989, produziu "Uáh-bap-luh-bap-láh-béin-bum" do clássico “Cowboy fora da lei” e também tocou com artistas como Erasmo Carlos e Zé Ramalho.

Faixas

O rock rural “Dor de cabeça” abre o álbum com críticas sobre o Brasil da atualidade e conclama à revolução. O rock “Billie”, inspirado em Billie Holiday, é recado contra o racismo: “Billie, oh Billie, a situação está branca demais. Vou levantar a bandeira preta da paz”. A balada “Medo” traz mensagem existencialista: “Não sabemos para onde vamos, só sabemos que temos que ir”. O piano de Edgar Matos se destaca na melancólica “Carnavais”.

“Chica me perdoa” e “Torolei” são dois country satíricos: “Chica, me perdoa, mas eu não matei Jesus. Se eu participei, foi da confecção da cruz”. O blues “Barulho e torpor” soa como fim de romance, mas foi inspirada nos últimos momentos de Allex com pai, que faleceu. O disco encerra com “Um pastor que também é doleiro”, um deboche em ritmo de valsa.

Além de Edgar e Rick, o disco conta com os músicos Neném Silva (violões), Duda Silva (bateria) e Príamo Brandão (contrabaixo), assim como Carlos Sales e Oliver Quemel dividindo a produção com Rick. Também colaboraram Simone Almeida, Andressa Ribeiro, Adilson Alcântara e Allan Carvalho como back in vocals. 


Edição: Lucas Brito

Fonte: O Liberal

Texto: Enize Vidigal

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