Livro aborda psicopatia na vida real e na cultura pop
O quadrinhista e romancista Gian Danton assina a autoria ao lado de Jefferson Nunes. Eles aabriram campanha de financiamento coletivo para publicar.
A experiência de ter sido vítima de um golpe aplicado por um psicopata, levou o escritor mineiro Gian Danton a se aprofundar no assunto. Autor de romances e de histórias de terror em quadrinhos, ele desenvolveu personagens com esse perfil nas publicações dele. Mas isso não foi suficiente. Danton quis alertar o público sobre os psicopatas e decidiu escrever um livro com informações documentais e bibliográficas. Ele convidou o autor paraense Jefferson Nunes, especialista em cultura pop, para somar ao projeto com pesquisas sobre a abordagem de psicopatas no cinema, nos HQs, nas séries de tevê, na música e na vida real! E assim, eles finalizaram o livro “Psicopatas- na vida real e na ficção”.
“Os psicopatas estão em todos os lugares: nas empresas, na política, nos filmes, nos seriados, nos quadrinhos. Você provavelmente conhece um psicopata. E ele é a pessoa que você menos desconfia”, afirmam os autores, acrescentando: “Nem todo psicopata é um assassino (serial Killer)”. Eles abriram um financiamento coletivo para a publicação do livro na plataforma Catarse. Participe aqui.
Quando Gian Danton sofreu o golpe, em 2003, ele conta que tentou alertar os amigos que tinha em comum com o conhecido psicopata, mas nem os boletins de ocorrência registrados por ele foram suficientes para convencer alguém. “Fiquei impressionado. Acreditavam nas desculpas esfarrapadas dele. O charme superficial e a grande capacidade de manipulação me chamaram a atenção. Perdi amizades por isso. Todas as pessoas que fiz contato, mais tarde, me procuraram dizendo que tinham sido vítimas dele”.
“Pode parecer um tema muito diferente pra mim, que escrevi quadrinhos de terror e romances como ‘Galeão’ e ‘Cabanagem’, só que esse tema da psicopatia passou a me acompanhar. No ‘Galeão’ tem psicopata, no ‘Cabanagem’, criei uma série (de terror) na revista Calafrio com personagens psicopatas... Aquilo que te marca muito, reflete na tua obra”.
Nunes, que já lançou livros sobre história, filosofia e cultura de massa, como “Muro de Berlim”, “Nietzsche” e “Segunda Guerra Mundial: A Frente Oriental”, fez uma pesquisa sobre personagens fictícios e reais. “Eu aponto personagens como Hannibal Lecter, de ‘Silêncio dos Inocentes’ e ‘Dexter’ (série homônima), que são mostrados por vezes como heróis. Pesquisei histórias de personagens reais, como o Bandido da Luz Vermelha, que aterrorizou São Paulo nos Anos 60, e Charles Manson, que liderou assassinatos nos Estados Unidos, também nos anos 60. Existe uma espécie de culto aos psicopatas, principalmente nos estados Unidos, são quase pop star. Tem músicas em homenagem a eles. A cultura de massa tem certo fascínio por essas figuras. Tem toda uma indústria por traz desse tipo de manifestação”.
O livro de 200 páginas é dividido em três capítulos. O primeiro explica como surgiu o termo psicopata, o que significa a psicopatia, as características perceptíveis e a diferença entre psicopata e psicótico. O segundo capítulo apresentada exemplos reais de psicopatas assassinos. E, o terceiro, se dedica sobre como o fenômeno é retratado na cultura pop.
“Só citamos (no livro) psicopatas que tenham diagnóstico fechado. Essa é a razão pela qual deixamos de fora, por exemplo, Lázaro, pois ele não sobreviveu para que fosse feito um diagnóstico por um psicólogo.
Texto e Imagens: O Liberal
Edição: Alek Brandão
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