Thiago Castanho estreia websérie sobre as baiucas de Belém

 Mais do que bebida e comida, esses lugares expressam a cultura da cidade

Divulgação

O chef paraense Thiago Castanho estreia a websérie “Do Boteco à Baiuca”, que teve o primeiro de oito episódios publicado no IGTV dele no Instagram. Na série, o apresentador passeia por algumas “baiucas” de Belém, isto é, os pequenos bares de instalações simples, a fim de apresentar as potencialidades de cada um, tais como o petisco ou o prato de sabores incomparáveis, a cerveja super gelada e, até mesmo, a atração cultural que torna cada um desses lugares especiais.

Nesse projeto, Castanho une a fome com a vontade de beber para fazer um “tour” pelas baiucas. No vídeo, as cenas de Belém e o diálogo com os frequentadores são capazes de despertar a saudade em quem está fora da capital paraense e de estimular quem reside aqui a visitar cada um desses lugares, animando o reconhecimento da cidade.

“Todo paraense das antigas se reconhece ao entrar numa baiuca, mas nem todo mundo da nova geração teve a oportunidade de viver essa experiência, ou só viveram a versão boteco dela”, conta Thiago Castanho logo no primeiro episódio. A cada quinzena será exibido um novo episódio, sempre às quintas-feiras. “As baiucas são os lugares simples onde todos podem ir e se sentem confortáveis”. O projeto recebeu o patrocínio da Bohemia.

Se para os “baiuqueiros” de plantão, as dicas do chef sobre os melhores estabelecimentos são atrativas, para os donos das baiucas elas são valiosas, especialmente em tempos de pandemia, que varreu a freguesia desses espaços. Entre os estabelecimentos mencionados no primeiro episódio está a Casa Santa Quitéria, situada na Tv 14 de Março, onde se destacam a unha de caranguejo e a cerveja gelada.

Nada melhor do que um super chef para tirar qualquer rusga pejorativa que possa haver na expressão “baiuca”. O intuito de Castanho é justamente elevar a categoria da a palavra e evidenciá-la como sinônimo de qualidade dentre a rica e peculiar cultura paraense. “O propósito é que as pessoas valorizem essa expressão e essa cultura. Muitos desses lugares não são midiáticos, mas são bons pra caramba”, destaca. “Eu vou a esses lugares (na série), converso com feirantes, clientes e comerciantes, com todas as pessoas que fazem parte dessa cadeia”.

Como tudo começou

A ideia da websérie começou com o projeto de Thiago Castanho, iniciado há três anos, de criar um novo restaurante chamado “Bayuca”. Mais do que vender comida, o chef realizou uma pesquisa de campo sobre a realidade das baiucas de Belém. A proposta era reunir a experiência das baiucas com a estética das tascas de Portugal e dos bares de tapas da Espanha. Aliado a isso, o chef paraense queria aliar uma espécie de guia de baiucas de Belém.

A pandemia atrasou os planos, mas não a sede de visitar, conhecer e propagar as baiucas de Belém. O restaurante seria aberto em 2019. O perfil criado no Instagram para o restaurante “Bayuca” passou a dar dicas das baiucas recomendadas pelo chef Castanho.

“Continuei tocando uma parte do projeto, que eram os guias de Belém. Queria que as pessoas entendessem que tem vários lugares em Belém e nos arredores, que são simples, com clientes assíduos, com coisas gostosas e cerveja gelada. O perfil do Instagram da Bayuca acabou virando um guia das baiucas de Belém, as pessoas começaram a seguir e ver e ir visitar para degustar. A gente transformou essa pesquisa em série”, conta.








Edição: Alek Brandão
Texto e Foto: O Liberal

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