Documentário 'Dentro da Minha Pele' traz famosos e anônimos falando sobre racismo
O filme conta as histórias de nove pessoas, com diferentes tons de pele preta, que apresentam seu cotidiano na cidade de São Paulo
O documentário "Dentro da Minha Pele", dirigido por Toni Venturi, com codireção e pesquisa de Val Gomes, é uma boa opção para quem busca uma boa produção sobre a questão racial no Brasil. A obra está nas plataformas digitais Apple TV, Google Play, Youtube Filmes, NOW, Vivo Play e Looke com preços a partir de R﹩ 6,90 o aluguel.
Depois de estrear na Europa em novembro no 33º IDFA - International Documentary Film Festival Amsterdam, um dos eventos internacionais mais importantes do gênero, a obra faz carreira em inúmeros festivais mundo afora.
Em março os diretores receberam o prêmio de Melhor Direção no 8º Festival de Cinema de Caruaru. Em 16 de abril o documentário fez sua estreia na França no 38º Rencontres Du Cinema Latin Americain de Bordeaux 2021.
Com a participação de artistas como Chico César e Luedji Luna e de intelectuais como Sueli Carneiro, Cida Bento e Jessé de Souza, Salloma Salomão, entre outros, "Dentro da Minha Pele" conta as histórias de nove pessoas, com diferentes tons de pele preta, que apresentam seu cotidiano na cidade de São Paulo e compartilham situações de racismo, dos mais velados aos explícitos, de luta e superação.
O médico Estefânio Neto, a modelo-performer Rosa Rosa, os estudantes universitários Wellison Freire e Jennifer Andrade da Faculdade Getúlio Vargas, a funcionária pública e ativista trans Neon Cunha, a trabalhadora doméstica Neide de Sousa, a corretora de imóveis Marcia Gazza (única personagem branca) que perdeu o filho negro adotado, assassinado pela Polícia Militar, e um casal que espera um bebê, a professora do ensino público Daniela dos Santos com o garçom Cleber dos Santos.
O documentário acompanha os personagens nos seus ambientes de trabalho, dores e, principalmente, superações. Os depoimentos das experiências de racismo vividos na própria pele são tratados com delicadeza, bordando as trajetórias de reinvenções das personagens e estimulando o espectador branco a colocar a se colocar diante da questão.
Um filme poético costurado com várias linhas narrativas - personagens, música e pensamentos - que desvelam o racismo impregnado na sociedade brasileira. O último país nas Américas a abolir o trabalho escravo.
Edição: Alek Brandão
Fonte: O Liberal (texto e imagem)
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