Liège apresenta sua ancestralidade em clipe gravado em Mosqueiro

 O single/clipe “Deixa Ir” será o último a ser lançado antes do álbum digital que chega em junho

Divulgação

“Deixa ir, deixa levar, o que for bom que fique e o que não for, que vá”. Com essa mensagem de cura, Liège apresenta Deixa Ir, quarta música de seu álbum de estreia que vem com um clipe documental e artístico que retrata um momento especial da família Oliveira: um ritual das matriarcas da família para renovar as energias e que representa a ancestralidade da mulher amazônida. A faixa, a quarta lançada do álbum Ecdise, antecipa o que vem no disco que será lançado em junho.

“Minha bisavó Jandira era benzedeira e passou o conhecimento sobre ervas medicinas, para minha avó, Olgarina, que repassou para minha mãe, que passou pra mim, que irei repassar pra minha filha. Esses saberes sobre o uso das ervas que curam são muito fortes em nós, mulheres amazônidas, que temos sangue indígena. Ter esse momento registrado em um clipe é muito importante pra mim. Esse trabalho ressalta a importância, força e presença feminina na cultura amazônida”, avalia a artista. O clipe conta com a participação de Liège, sua filha, Lis, sua mãe, Selma, e sua avó, Olgarina.

O videoclipe foi gravado na ilha de Mosqueiro, local que faz parte da infância e história da vida da artista. Não à toa, Mosqueiro também aparece em Lava, primeiro single do álbum lançado ainda em 2020. Em Mosqueiro, sua família nasceu, era lá que a artista passava as temporadas, na casa das avós, Olgarina e Joana, que até hoje mora na ilha. Seu avô Joanilson tinha uma rádio-poste onde sua mãe era locutora.

Com direção de Carol Taveira e co-direção de Diego Carvalho, o vídeo é uma peça fundamental para este novo trabalho, pois apresenta quem é Liège, de onde veio e o que ela almeja deixar de legado a partir da sua arte.

“Estou lançando meu trabalho para o mundo. Ainda que eu faça um som pop universal, pra mim, como artista, é muito importante mostrar de onde venho, minhas origens que me fizeram ser a artista que sou hoje. Como artista do Norte do país, é muito importante poder mostrar como é nossa relação com a floresta de verdade, sem folclore ou clichês. É uma relação verdadeira que vamos construindo ao longo de nossas vidas e repassando por gerações. São as benzedeiras, os banhos de ervas, a força das águas dos rios e igarapés. Tudo isso faz parte de quem somos, é nosso ponto de partida”, completa a artista. “Nós queremos, sobretudo, contar a nossa história”.  

Deixa Ir foi a penúltima música a entrar no álbum e foi durante o processo de mudança para São Paulo para o lançamento do disco, quando a artista estava sozinha em uma nova cidade, sem a família, que a música nasceu.

Ao mesmo tempo que Deixa Ir fala de ancestralidade e traz referências de ritmos afro amazônicos, a faixa apresenta um som contemporâneo e pop, com beats e samples, sob o olhar atento e sensível do DJ Duh, produtor do disco.

Com Deixa Ir, Liège se prepara para o lançamento digital de Ecdise em junho deste ano. O álbum vem com dez faixas e traz como convidades especiais como o paulistano Daniel Yorubá , Thiago Jamelão e outros artistas paraenses.

No final de abril, Liège lançou a Jarina – Saber AncestraL, canal/loja idealizada pela artista para vender produtos relacionados direta e indiretamente a sua carreira musical, contando outra parte de sua história, que trata da conexão ancestral, indígena e matriarcal com a natureza, benzimento, artesanatos e rituais espirituais das mulheres de sua família. A loja virtual está disponível no Instagram da artista.




Edição: Alek Brandão
Fonte: O Liberal (texto e imagens).

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