Zé Renato completa 65 anos com show de abertura do 'Poemúsica'
O festival reúne nomes da Bossa Nova e performances poéticas de grandes artistas brasileiros.
Zé Renato, um dos grandes nomes da MPB, completa 65 anos nesta quinta-feira, 1º de abril, quando fará o show de abertura do Poemúsica- Festival de Bolso de Música Brasileira. O evento de transmissão on-line também terá shows de Joyce Monteiro, Áurea Martins e Guinga, além de recitais de poemas de Ferreira Gullar, Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira, entre outros. As apresentações acontecerão sempre às terças e quintas-feiras deste mês (1, 6, 9, 13, 16, 20, 23 e 27), às 20h, com transmissão pelo canal do Planetário Produções Culturais, no Youtube.
Em entrevista exclusiva, Zé Renato (Boca Livre) celebra com humildade a trajetória de quem construiu uma admirável carreira apenas se deixando levar pela paixão de fazer música. “A minha relação com a música foi sempre muito de intuição. Comecei a tocar violão muito novo, sem muita programação de ser um músico. Foi acontecendo naturalmente, fui me envolvendo com a música e acabei me tornando profissional”, descreve. Em mais de 40 anos de carreira, ele lançou 13 álbuns solo, 12 com o Boca Livre, dez de projetos especiais ou parcerias e quatro DVDs. “As coisas que eu fiz tem coerência com as minhas convicções e referências da música brasileira”.
Zé Renato é habituado com os ares da capital paraense, onde realizou muitos shows e degustou a gastronomia regional, da qual é profundo admirador. “A primeira vez que estive em Belém foi com Boca Livre, com o projeto Pixinguinha, em 1978”. De lá para cá, surgiram parcerias importantes com artistas paraenses, como Leila Pinheiro, Nilson Chaves e Vital Lima, sendo que, junto com esse último, compôs a música “Urutaí”, que foi gravada pelo capixaba no primeiro disco solo, de 1982.
Durante a pandemia, Zé Renato revela que sentiu medo até descobrir que contraiu a Covid-de assintomática e cumpriu isolamento em casa, no Rio de Janeiro. Apesar do momento desafiador, conseguiu produzir com alguns parceiros, fez lives e lançou um álbum com registros do show gravado ao vivo em 2004.
No Poemúsica, ele vai apresenta canções autorais e com parceiros, incluindo o clássico “Toada” (com Claudio Nucci e Juca Filho); “Ânima” (com Milton Nascimento); “Papo de Passarim” (com Xico Chaves); “Canção”, melodia dele sobre o poema de Mário de Andrade; e a nova “Ilusão” em que Zé musicou o poema de Sidney Miller, entre outras.
Festival
Áurea Martins (Caddah- Divulgação)
O Poemúsica consiste em oito apresentações que foram gravadas no mês passado, no Teatro Sonora, em Valença, Rio de Janeiro, sem plateia. Serão quatro números musicais com um time selecionado de artistas ligados à Bossa Nova se apresentando em tom intimista. Já as performances poéticas serão realizadas pelos poetas contemporâneos Christovam de Chevalier e Paulo, além da jornalista e radialista Patrícia Palumbo e da cantora, compositora e escritora Juliana Maia. O projeto traz ainda um mini-documentário com depoimentos dos artistas, que serão exibidos ao final das apresentações.
O festival é realizado pelo Planetário Produções Culturais, sob a coordenação de Flávia Souza Lima, e tem o patrocínio da Lei Aldir Blanc, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, do governo do estado do Rio, e também do governo federal.
Edição: Alek Brandão
Fonte: O Liberal (texto e imagens).
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