Coletivo de mulheres artistas cria espetáculo 'Submersas no Gapó'

 Espetáculo de teatro está disponível para ser assistido por plataformas digitais gratuitamente

Carmim Oxorô

Uma produção feita totalmente por mulheres que buscaram redescobrir suas memórias relacionadas aos locais de origem e história familiar resultou no espetáculo teatral “Submersas no Gapó”. O espetáculo teatral já está disponível no Youtube e nas redes sociais. O coletivo também disponibilizou na internet oficinas de Artes Cênicas e Processo Criativo e a Produção Cultural e Elaboração de Projetos Culturais.

O processo para criar o espetáculo ocorreu na residência artística localizada em cima de um antigo igapó na Timbó no bairro da Pedreira em Belém, na casa da avó da produtora Mônica Gouveia, e também em conexões com o Acampamento Terra Cabana no município de Benevides no Pará. 

O espetáculo “Submersas no Gapó” deságua nos mundos do fundo da Amazônia confluindo as águas do Marajó, Abaetetuba e do igarapé da Timbó no bairro da Pedreira, em Belém. As três atrizes em cena B.Onça, Fabíola Pena e Mônica Gouveia contribuíram com o processo criativo, juntamente com a responsável pela gravação do espetáculo, fotografia e design Carmim Oxorô. A peça faz parte do projeto Submersas do Igapó, que conta também com oficinas.

O projeto realizado pela Aninga Produções com apoio do MST PA foi contemplado pelo Prêmio Preamar de Arte e Cultura Secretaria de Estado de Cultura do Estado do Pará (Secult) em Produção e Circulação.

“Começamos no tempo da pandemia, onde submergimos na história das nossas mais velhas. Belém antigamente era toda em igapó. Fazemos a apresentação de 46 minutos nessa residência artística era um antigo igapó que foi todo aterrado. A gente foi trazer a água que a gente usava que era do poço. Nós somos três atrizes no elenco e temos conexão, a Fabíola traz memória do Marajó, B.Onça traz memórias de Abaetetuba, e eu trago memórias da Pedreira. Submergimos nisso e dizemos que esse experimento resultou nesse espetáculo, falamos dessas memórias desses rios, o que é composto por esse corpo mulher/água”, destaca a produtora e atriz Mônica Gouveia.

Mônica é produtora cultural e atriz com mais de dez anos de carreira. Fabíola Pena é musicista, B. Onça tem trabalho voltado para audiovisual e poesia, e já Carmim Oxoró tem amplo conhecimento no audiovisual.

“Essa é a relação do que hoje está acontecendo na conjuntura pandêmica com um teatro filmado. A pessoa que fez esse olhar que percorre os nossos corpos, é a Carmim que capta essa imagem e traz esse olhar mais para perto, no teatro poderíamos apenas registrar. Agora isso é algo novo em relação a filmar o teatro. Essa criação foi pensada para ser como uma apresentação presencial, e quando veio a pandemia pensamos em como fazer mais intimista, fazer com que a pessoa de algum modo adentrar na história do teatro, você se desligar um pouco e se permitir nesses 46 minutos”, afirmou.





Edição: Alek Brandão
Fonte: O Liberal (texto e imagem).

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