'Carimbó Embolado' ganha clipe de Adilson Alcântara com Pinduca

 A música gravada em 2014 ganhou novos ares e cores no audiovisual.

Adilson Alcântara (Walda Marques- Divulgação)

O cantor Adilson Alcântara acaba de lançar o videoclipe de “Carimbó Embolado”, música autoral originalmente gravada em 2014 com a ilustre participação do Mestre Pinduca. A música dançante homenageia o município de Vigia de Nazaré, terra natal do autor,e ganhou belas imagens gravadas durante a pandemia, com distanciamento social. Adilson aparece cantando e dançando no Ver-o-Peso quase vazio, Pinduca se apresenta de casa, o grupo Pará Folclórico rufa os tambores na orla de Icoaraci e o Balé Folclórico da Amazônia traz as cores das longas saias rodadas e floridas.

“Carimbó Embolado” está disponível no Youtube, no canal Adilson Alcantara Oficial. A gravação do videoclipe foi patrocinada pela Lei Aldir Blanc, por meio do governo federal e da Secretaria de Cultura do Pará (Secult), do governo do estado. O clipe de “Carimbó Embolado” dá o ponta pé inicial ao projeto de Adilson que revira o baú de gravações autorais em áudio para dar vida no campo audiovisual.

“Gravamos com dificuldade por causa da pandemia. Gravamos em separado. Começamos no início de fevereiro e terminamos de gravar somente no início de março. Pois, de vez em quando alguém adoecia ou ficava com suspeita de Covid-19, e tínhamos que adiar”. As imagens de Adilson no Ver-o-Peso praticamente vazio foram gravadas numa tarde de domingo, logo após uma chuva forte. Já Pinduca, optou por estender uma pintura de paisagem ribeirinha ao fundo da apresentação dele. A direção foi do próprio Adilson.

A ideia de gravar o clipe de “Carimbó Embolado” surgiu de um encontro casual com Pinduca, nas ruas de Belém. Os dois já havia gravado a música o hit juntos para no álbum “Cantar”, de Adilson. “O Pinduca gosta muito dessa música. Sou muito fã, ele é um ícone pra mim. Esse trabalho foi muito importante na minha carreira”, celebra. A gravação original teve também a participação do falecido cantor e compositor Alcyr Guimarães, no banjo, além de Daniel Benitez na percussão e contrabaixo e Eduardo Lima no sax tenor, enquanto Adilson assumiu os vocais, violão e arranjos.

A música foi escolhida também por fazer referência a Vigia de Nazaré. “É uma merecida homenagem. Eu, como artista vigiense, penso como é importante essa iniciativa para a autoestima dos artistas. Eu amo Vigia”. A letra menciona uma personagem histórica do município, Tia Pê, considerada a Rainha do Carimbó, que vivia na ilha de Tauapará e enfrentava a falta de incentivo e valorização.

Essa frase da música é importantíssima porque eu estava na literatura paraense e descobri Tia Pê, falecida, que era a rainha do carimbo lá, tinha dificuldade pra conseguir instrumento e de se apresentar e se apresentava na ilha Tauapará. Ela tirava o curimbó da mata. Importância histórica e de uma cidade que precisa ser vista com mais carinho pelo seu conteúdo cultural. Diz trecho da letra: “Tia Pê, lá da Vigia/ Cansou de tanto esperar/ Curimbó tá escasseiro/ Na mata do Tauapará”

“Na época que fiz essa música, eu tinha gravado um disco inteiro e feito um show em São Paulo. Foi quando me toquei que não tinha nenhuma música que falasse das minhas raízes. Fui para Vigia e encontrei com amigos, que me ajudaram. Voltei com a música e botei no disco”, recorda.

Edição: Alek Brandão
Fonte: O Liberal (texto e imagens).