A vida e obra dos 10 principais escritores do romantismo brasileiro

 Os escritores do romantismo brasileiro suscitaram uma nova forma de fazer poesia e prosa logo depois da Independência do Brasil, em 1822. 

Temas como o nacionalismo, o indianismo e os sentimentos internos eram retratados com frequência pelos autores da época. Vamos conhecer os principais autores românticos do Brasil?  

1. Aluísio Azevedo (1857-1913)

Aluísio Azevedo

Nascido em São Luís do Maranhão, este escritor que iniciou o  Movimento Naturalista no Brasil sempre teve jeito para artes. Aos 19 anos já cursava Belas Artes no Rio de Janeiro e tinha um grande talento para desenho, caricaturas, pinturas. 

Começou a carreira de escritor aos 22 anos de idade, com o lançamento do livro ultrarromântico Uma Lágrima de Mulher, em 1880. Muitos dos seus romances retratam problemas cotidianos da época como a luta contra o preconceito de cor, o adultério, os vícios e a vida do povo humilde.

O Cortiço (1890) é a sua obra mais conhecida, escrita quando ele tinha 33 anos, e pouco tempo antes de se aposentar e viver sua carreira como diplomata. 

Saiba mais sobre a vida e obra de Aluísio Azevedo em sua biografia completa

2. Álvares de Azevedo (1831-1852)

Álvares de Azevedo

Nascido em São Paulo em uma família com boas condições, Álvares de Azevedo se apaixonou pela escrita assim que ingressou no curso de Direito na Faculdade do Largo de São Francisco e conheceu outros escritores românticos. 

Foi durante os quatro anos de faculdade que produziu a maior parte da sua obra, considerada ultrarromântica, da segunda fase do movimento, quando os escritores voltavam suas atenções para os sentimentos interiores, em vez de temas nacionalistas e indianistas. 

Não teve nenhuma obra publicada em vida, mas seus poemas e textos cheios de tédio, solidão, tristeza, frustrações amorosas e sentimento de morte foram organizados em algumas obras póstumas. O livro Lira dos Vinte Anos foi o único organizado pessoalmente pelo poeta, e publicado um ano após a sua morte. 

Álvares de Azevedo, como outros poetas românticos e boêmios, também morreu em decorrência de tuberculose, com apenas 21 anos de idade. 

Quer saber mais sobre Álvares de Azevedo? Leia a sua biografia completa

3. Casimiro de Abreu (1837-1860)

Casimiro de Abreu

Nascido no Rio de Janeiro, filho de um rico comerciante português, Casimiro só conseguiu escrever o seu único livro porque esteve isolado do pai em Lisboa por quatro anos. 

Desde sempre interessado por literatura, com 16 anos de idade foi enviado pela família à Portugal, que achava que assim o menino deixaria esse interesse de lado. Pois foi na sua estadia no país que escreveu a maior parte dos poemas de amor, tristezas, nostalgia infantil e saudade da Pátria que o tornaram um dos poetas mais populares da literatura brasileira. 

Com 22 anos de idade publicou o seu livro solo, Primaveras (1859), cujo poema "Meus Oito Anos" é até hoje um dos mais conhecidos da literatura. Morreu jovem, já no ano seguinte à publicação, devido ao agravamento de uma tuberculose. 

Leia mais sobre a curta vida e carreira brilhante de Casimiro de Abreu aqui. 

4. Castro Alves (1847-1871) 

Castro Alves

Nascido na Bahia em uma família de médicos, Castro Alves é considerado o maior nome da terceira geração do romantismo brasileiro, sendo chamado de O Poeta dos Escravos por expor seus ideais abolicionistas e temáticas sociais. 

Escrevia desde adolescente e, enquanto vivo, teve poemas publicados em jornais e revistas. Entre indas e vindas da faculdade, cursou direito com passagens pela Faculdade de Direito de Recife e também do Largo do São Francisco, em São Paulo. Gostava da vida boêmia e foi introduzido no universo literário por Machado de Assis. 

Sua poesia, sensível aos problemas especiais, especialmente ligados à escravatura no Brasil, o transformou em um dos maiores nomes da literatura nacional. 

Seu único livro editado em vida foi Espumas Flutuantes (1870). Dentre as suas poesias mais importantes estão A Primavera, O Navio Negreiro e Vozes dAmérica. Morreu também em decorrência de tuberculose aos 24 anos de idade.  

Quer mais informações sobre a vida e obra do Poeta dos Escravos? Leia a sua biografia completa aqui. 

5. Gonçalves Dias (1823-1864)

Gonçalves Dias

Nasceu no Maranhão, filho de comerciante português e uma mulher de descendência negra e indígena, o que viria a ter influência em sua vida. Foi o principal nome da primeira geração de românticos brasileiros, tendo pegado gosto pela leitura quando teve contato com escritores do romantismo português enquanto estudava Direito, em Coimbra, aos 17 anos de idade. 

Foi em Portugal que escreveu boa parte de sua obra, incluindo "Canção do Exílio(1843), seu poema mais famoso. Morou no Rio de Janeiro na década de quarenta, procurando viver de sua escrita, e seu primeiro livro, Primeiros Cantos (1947) foi recebido com sucesso no meio literário. 

Publicou ainda Segundos Cantos, em 1948, e Últimos Cantos, em 1951. Seus poemas líricos e épicos tratavam principalmente do amor, a natureza, a pátria (nacionalismo), o índio (indianismo), e a religião. Além de escrever textos jornalísticos, poesias e peças de teatro, Dias também lecionava Latim e História. 

Apaixonou-se por Ana Amélia Ferreira do Vale, mas não puderam se casar, pois o escritor era mestiço. Um de seus poemas de amor mais famosos, "Ainda Uma Vez Adeus!", é dedicado a ela. 

Gonçalves Dias morreu em um naufrágio quando voltava de uma viagem para cuidar da saúde na Europa, também jovem, aos 41 anos de idade. 

Saiba mais sobre a vida e obra de Gonçalves Dias em sua biografia completa

6. Gonçalves de Magalhães (1811-1887)

Gonçalves de Magalhães

Nascido em Niterói, no Rio de Janeiro, é considerado o primeiro poeta romântico brasileiro, cronologicamente.

Formado em Medicina aos 21 anos de idade, já nessa época publicava as suas primeiras poesias, com traços de patriotismo e uma nova forma forma de literatura nacional, desapegada das influências europeias.

Foi em sua viagem à França em 1933, no entanto, que teve contato com romancistas franceses e volta ao Brasil para publicação de Suspiros Poéticos e Saudades, obra inaugural do romantismo nacional e considerada a sua criação mais conhecida. 

Além de escritor, Gonçalves de Magalhães foi político, e professor, tendo viajado pela Europa como diplomata e lecionado filosofia no  Colégio Pedro II. Morreu aos 70 anos, na Itália, enquanto ainda cumpria sua carreira política. 

Não deixe de ler na íntegra a biografia de Gonçalves de Magalhães

7. Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882)

Joaquim Manuel de Macedo

O carioca Joaquim Manuel de Macedo foi muito famoso em sua época e é lembrado como o primeiro autor realmente expressivo da literatura nacional. 

Apesar de ter se formado em medicina, nunca exerceu a profissão, preferindo o mundo literário. Sua obra é extensa, com quase quarenta romances e peças de teatro. É considerado, inclusive, um dos responsáveis pela criação do teatro no Brasil

Com um sentimentalismo exagerado (que o público da época amava), alcançou o sucesso máximo com a sua obra A Moreninha (1844), considerada uma das primeiras obras românticas do país. 

Adoeceu por volta dos 60 anos de idade, de doenças mentais, vindo a falecer aos 62 anos, onde nasceu, no Rio de Janeiro.

Saiba mais sobre a vida e obra lendo a biografia completa de Joaquim Manuel de Macedo

8. José de Alencar (1829-1877)

José de Alencar

O cearense José de Alencar é considerado o precursor do romantismo no Brasil principalmente de caráter indianista, nacionalista e regionalista.

Vindo de uma família de políticos, como muitos de seus colegas românticos, estudou Direito em São Paulo, concluindo a graduação aos 22 anos, mas já apaixonado pela escrita. 

O tema do índio, do sertão e da língua falada são os protagonistas de suas histórias. Enquanto trabalhava como advogado no Rio de Janeiro, publicou em formato de folhetim sua obra mais aclamada, O Guarani (1857), logo um sucesso transformado em livro. 

Além de advogado, escritor e jornalista, Alencar também escreveu peças de teatro e seguiu os passos políticos do pai, tendo chegado ao cargo de Senador do Ceará. 

Entre os seus clássicos, aclamados inclusive por Machado de Assis, estão A Viuvinha (1860), Lucíola (1862), Senhora (1865) e Iracema (1875). 

Saiba mais sobre José de Alencar lendo a sua biografia completa

9. Machado de Assis (1839-1908)

Machado de Assis

Nascido em uma família pobre no morro do Livramento no Rio de Janeiro, Machado de Assis teve pouco acesso à educação formal e ainda assim tornou-se o maior nome da literatura nacional. 

A primeira fase da sua escrita é considerada romântica, e depois o autor enveredou para o realismo. Aos 16 anos de idade teve o seu primeiro poema publicado em uma revista. Frequentando livrarias, tornou-se amigo de outros escritores e logo descobriu o seu ofício do coração: escrever. Foi publicado por diversas revistas e jornais no início de sua carreira na década de sessenta, quando beirava os vinte e cinco anos de idade. 

São considerados romances românticos as obras Ressurreição (1872), A mão e a Luva (1874), Helena (1876). Além de escrever, exerceu também cargos públicos, como oficial da Secretaria da Agricultura, e fundou a Academia Brasileira de Letras. 

Após a morte de sua esposa, 1904, seus problemas de saúde (como a epilepsia) se agravaram. Debilitado e abatido pela morte de sua companheira e revisora, o escritor morreu em 1908, aos 69 anos, no mesmo lugar onde nasceu e viveu toda a sua vida. 

Leia mais sobre a trajetória e obra de Machado de Assis em sua biografia completa

10. Manuel Antônio de Almeida (1831-1861)

Manuel Antônio de Almeida

O carioca e conterrâneo de Machado de Assis veio de uma família de portugueses e desde adolescente foi interessado pela arte literária. Ainda assim, aos 20 anos, ingressou na faculdade de medicina, em paralelo estudando desenho e contribuindo com jornais da época, com a produção de poesias e traduções. 

Seu único romance publicado, que tem um lugar especial no hall do romantismo brasileiro, veio a público enquanto o autor era redator e revisor do jornal Correio Mercantil. Em formato de folhetins, entre junho de 1852 a julho de 1853, foram publicadas as histórias de Memórias de Um Sargento de Milícias, um grande sucesso da época.

Aos 26 anos entrou para o serviço público, nomeado administrador da Tipografia Nacional, onde conheceu Machado de Assis, na época aprendiz de tipógrafo. Tornou-se imediatamente amigo e protetor do jovem rapaz. 

Manuel Antônio de Almeida faleceu aos 30 anos de idade, vítima de um naufrágio, quando viajava pelo Rio de Janeiro para iniciar a sua campanha política.






Edição: Alek Brandão
Fonte: Ebiografia (texto e imagens).

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