O submundo do carnaval, futebol e jogo do bicho no documentário 'Doutor Castor'
Obra é um dos destaques do Globoplay
Para Castor de Andrade, uma simples caneta representava mais do que o poder. Era o controle dos três pilares que nortearam a vida do bicheiro, personagem influente na sociedade carioca entre as décadas de 1970 e 1990. Era com ela que fazia anotações das notas dos desfiles de escolhas de samba, das pontuações nas tabelas de campeonatos de futebol e dos números das cartelas do jogo do bicho.
Tudo é retratado no documentário "Doutor Castor", que está disponível para assinantes na plataforma Globoplay. Este é o primeiro produto original Globoplay feito pelo Núcleo de Documentários do Esporte da Globo, dirigido por Marco Antonio Araujo, que também é o roteirista, ao lado de Rodrigo Araújo.
"Doutor Castor" passeia pelos ambientes que marcaram a atuação do contraventor. Mostra como se deu a ascensão ao poder através do dinheiro de uma atividade irregular, que influenciava diretamente os rumos de um clube de futebol e de uma escola de samba. Bangu e Mocidade Independente de Padre Miguel eram os alicerces para o bicheiro trocar o temor dos inimigos pela admiração dos beneficiados.
"A família Andrade sempre teve laços muito fortes com o bairro e com o clube. Castor foi campeão carioca em 1966 como dirigente, quando o pai (Eusébio de Andrade) era o presidente do clube. Ele retorna nos anos 1980 para completar a sua obra. Queria ser alguém popular no futebol e no samba. Era uma forma de conquistar legitimidade na sociedade. Samba e futebol não eram só duas paixões do Castor. Foram instrumentos de poder. Foi mais bem-sucedido no samba, transformou a Mocidade em uma grande escola e ganhou títulos. Mas o Bangu e o futebol deram muita visibilidade a ele", conta Rodrigo Araujo.
Edição: Alek Brandão
Fonte: O Liberal (texto e imagem).
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