Uma produção de poucas mãos: curta paraense 'Ari y Yo' coleciona prêmios
A produção paraense "Ari y Yo" é um filme recente, com equipamento reduzido e feito sem grandes pretensões, mas que já emocionou muita gente e é ganhador de vários prêmios. O mais recente foi o prêmio "Olhar do Norte", neste mês de dezembro, em Manaus. Uma das marcas do filme é o encontro entre Adriana de Faria, diretora do filme, com Arislay Hernández , uma menina de 9 anos, moradora de uma comunidade de Cuba.
A magia do encontro entre as duas acaba dando todo o sentido para a trama. Adriana diz que não fez o trabalho pensando em ser um grande filme, mas acredita que muitas pessoas se emocionaram pelo encontro e pela visão especial e bonita da menina Ari. "Mesmo sendo uma menina de apenas 9 anos, ela conta a vida dela de uma forma muito sensível e afetiva. E acredito que isso comova muito as pessoas", explica a diretora.
Adriana tem formação em Publicidade e Propaganda e no ano passado resolveu ir para Cuba, para fazer um curso direcionado para o Cinema. Uma das curiosidades é que ela foi fazer o curso sem saber falar espanhol e durante uma das visitas em uma das comunidades conheceu Arislay Hernández, que começou a mostrar o seu local e ensinar espanhol para a diretora das filmagens.
"Foi aí que surgiu a ideia do filme, mas durante essa produção eu estava meio que encontrando a minha voz como realizadora. E o filme fala tanto desse meu encontro com a Ari, mostra a infância dessa criança em Cuba, mas trata também desse meu processo de descobrir essa linguagem audiovisual. Em nenhum momento eu pensei que o filme fosse ganhar grandes proporções", destacou a diretora.
Adriana de Faria trabalha com o audiovisual há cinco anos em Belém, mas a maior parte de seus trabalhos é como roteirista e uma dessas produções que coleciona é a série documental Sabores da Floresta, exibido no Canal Futura, que estreou neste ano.
"Eu decidi que precisava fazer esse curso e passei um mês em Cuba, na Escola Internacional de Cinema e TV. Durante o curso precisei produzir um curta-metragem e foi assim que nasceu Ari y Yo", completou.
É o primeiro filme enquanto diretora, mas também acumulou a função de roteirista, produtora executiva e diretora de fotografia. O filme foi feito em cinco dias, sendo três de filmagem e dois de edição. A edição foi feita por Ariadna Pimentel e o som foi feito pela própria Ari, pois Adriana deu um gravador portátil para a menina. "As filmagens foram feitas por uma câmera Sony A 6300 e um tripé, um equipamento super reduzido.Fiz a finalização de som com a trilha sonora do Pratagy",
O filme já passou por alguns festivais, entre eles o Festival de Brasília, ano passado, onde ganhou menção honrosa. Festival Maranhão na Tela, onde ganhou melhor filme de curta-metragem. Festival Amazônia Doc, deste ano, que ganhou melhor filme pelo júri popular e o mais recente foi o Festival Olhar do Norte, de Manaus, que ganhou melhor direção, melhor filme e melhor atuação para Ari, que apesar de não estar atuando foi dado esse prêmio.
O filme já passou pela 21ª Mostra Documental de Bogotá , pelo 15º festival Cine de Pasto, também na Colômbia, pelo Festival Internacional de Curta no Rio de Janeiro e entre outros.
Sinopse
Sem saber falar espanhol, ela encontra Arislay, uma esperta e corajosa garota de nove anos, que vive no pequeno Pueblo Textil, um povoado abandonado pelo tempo. É ali – no campo, em uma caverna, ao lado de bichos e das amigas – que Ari ensina as novas palavras a estudante, que faz um filme enquanto aprende. Pronta para a entrevista, Adriana decide ensinar a Ari palavras em português.
Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)
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