Três paraenses estão na seleção de artes visuais do Itaú Cultural
Três paraenses estão entre os 154 selecionados em todo o país no edital de emergência “Arte Como Respiro”, do Itaú Cultural, voltado para as artes visuais. Durante a pandemia pela Covid-19, a instituição lançou uma série de editais contemplando diferentes expressões artísticas. Nina Matos, Renato Chalu e Armando Queiroz estão entre os selecionados da área de artes visuais. O catálogo dos selecionados será divulgado nesta terça-feira, 15, no site www.itaucultural.org.br.
Nina Matos teve selecionada a série “Tributo”, que é resultado de uma pesquisa de iconografia histórica sobre índios “pacificados” do início do século XX, em que a artista acrescentou uma leitura crítica social. “Apresento alegorias de registros documentais de 1923, em que emolduro com adornos de azulejaria portuguesa, três fotografias pintadas de crianças de distintas etnias indígenas, onde observamos representações de um ideal de civilização para os ‘protegidos indígenas’, registros nos quais, tais crianças posam inseridas à cenários mimeticamente forjados e construídos, de violentos apagamentos de identidades, operados através do espectro fotográfico, em simulacros de comportamento social aceitável, com roupas que escondem pinturas corporais identitárias e características étnicas que trazem em si todo um legado cultural”, descreve a autora.
Já Armando Queiroz teve selecionada a obra fotográfica denominada “Hécate”, em que aparece uma cuba de gelo no congelador com velas acesas no lugar dos cubos de gelo. Enquanto o fotógrafo e diretor de fotografia Renato Chalu estreou nas artes visuais com a série fotográfica “Olhar Através”.
“Eu estava limpando o equipamento (fotográfico) no meu estúdio (em casa). Estava tudo parado na pandemia (sem trabalho), eu tava em casa direto. E comecei a ver uns reflexos no estúdio e comecei a fotografar uma mesa de vidro de forma incidental, experimental. E a partir dos reflexos comecei a enxergar pelo buraco do ar condicionado as paisagens para fora do meu apartamento. Comecei a resignificar essa realidade que tava ali, a transcender o olhar, a ter uma percepção nova daquilo que eu via todo dia”, descreve.
“A seleção ocorreu num momento difícil para todos nós, artistas. Foi uma satisfação ter sido selecionada em um edital nacional com vários artistas. É um reconhecimento a nível nacional”, celebra Nina.
“O Itaú Cultural é um centro importante de visibilidade para o artista. Além da ajuda emergencial, foi importante para os artistas do Brasil todo terem a oportunidade de mostrar uma arte nova. O isolamento social trouxe a possibilidade de enxergar outras coisas”, acrescenta Chalu.
O catálogo reúne artistas de 24 estados e ficará disponível para visualização on-line até março de 2021. A publicação está dividida em duas sessões, sendo uma de temática livre, com 94 trabalhos entre pinturas, esculturas, desenhos, gravuras e outras linguagens; e a segunda, dedicada à produção fotográfica, com 60 trabalhos concebidos durante o período da pandemia.
Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)
Boa tarde meu querido amigo Paulo. Parabéns pelos seus conterrâneos. O Estado Pará se orgulha de seus poetas.
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