Três curtas paraenses estão no Festival Arte Como Respiro
Três curtas-metragens paraenses estão no “Festival Arte como Respiro – Edição Audiovisual”, do Itaú Cultural, com exibição on-line e gratuita dividida em dois recortes. No primeiro, que está em exibição até a segunda-feira, 30, traz o paraense “Cura”, de Matheus Almeida do Nascimento, dentre 93 curtas de todo o país. E na próxima mostra, que inicia na terça-feira, 1º, estarão “Emprenhar-SI”, de Luciana Borges Pinheiro, e “No Verso Delas”, de Camila Loie, dentre outras 90 produções brasileiras.
O Festival Arte Como Respiro é um dos resultados dos editais de emergência na área cultural que foram lançados pelo Itaú Cultural durante a pandemia pelo novo coronavírus a fim de minimizar os impactos econômicos causados pela crise sanitária. As produções selecionadas estão sendo exibidas no site www.itaucultural.org.br.
“Emprenhar-SI” é uma experimentação conceitual da vídeo performer Luciana Borges Pinheiro, desenvolvida com imagens da própria artista e de mulheres da família dela. No curta selecionado, que foi produzido este ano, Luciana traz um ensaio poético com três mulheres de diferentes idades “que se relacionam em uma teia entre um corpo que nasce, um corpo que abriga e se redescobre mãe e um corpo idoso cansado”, conforme descreve a sinopse. Na tela do Arte como Respiro, Luciana divide espaço com a filha bebê e a avó.
“Fiquei feliz e ter sido selecionada (no edital do Itaú Cultural). Foi um reconhecimento nacional importante para o meu trabalho”, celebra. Luciana é atriz com formação pela Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (UFPA), graduada em Ciências Sociais e mestre em Artes pela mesma universidade e passou a desenvolver trabalhos de audiovisual que conectam o corpo e a performance à projeção.
Já “No Verso Delas” foi lançado em 2020, com direção de Camila Loie. O curta leva o mesmo nome do projeto desenvolvido pela jornalista que, há dois anos, busca valorizar a produção artística independente das mulheres do hip hop paraense por meio de videoclipes gravados no estúdio que mantém em parceria com o companheiro, chamado Ditôca Estúdio, no bairro da Cabanagem em Belém.
O curta de Camila é um mini documentário em que Camila apresenta os bastidores da gravação de alguns desses videoclipes com declarações das cantoras Nega Isa, Ruth Clark e Jeni Veloso. “Foi uma surpresa muito grande ter sido selecionada. É um reconhecimento não só do meu trabalho, mas do trabalhado dessas cantoras excepcionais, que está ganhando a visibilidade que de fato elas merecem. Poder levar um pouco do meu trabalho e do delas pra um festival nacional é muito gratificante”, ressalta Camila.
O segundo recorte, que será exibido de 1º a 15 de dezembro, reúne curtas-metragens de documentários, ficções e filmes experimentais, realizados com diferentes técnicas e linguagens e produzidos em vários estados brasileiros.
Os paraenses “Emprenhar-SI” e “No Verso Delas” poderão ser assistidos no programa “Femininas e Plurais”, que reúne o total de 13 curtas-metragens com a temática da mulher. A duração do programa é de 31 minutos, com classificação indicativa de 14 anos.
Primeiro Recorte
'Cura' (Divulgação)
Ainda dá tempo de assistir o primeiro recorte do Festival Arte como Respiro, que começou a ser exibido no último dia 16. Ele reúne 93 curtas-metragens de até 3 minutos de duração, entre documentários, ficções e filmes experimentais realizados com diversas técnicas e linguagens, que foram produzidos por pessoas de diferentes perfis sociais, etnias e gêneros, residentes nas cinco regiões do país.
Assista aqui.
“Cura”, dirigido por Matheus Almeida do Nascimento, pode ser assistido no primeiro recorte do festival no programa “Lutas Diárias e Lutas de Sempre”, que reúne 14 curta-metragens com temáticas de batalha contra o racismo estrutural, preconceito, machismo e patriarcado, trazendo histórias sobre igualdade de gênero, direitos e liberdade. “Lutas Diárias e Lutas de Sempre” tem duração total de 33 minutos e classificação indicativa de 14 anos.
“Cura” surge a partir da provocação pessoal para sair da imobilidade com mensagem de “cura” para vários traumas, indicando um olhar para dentro de si mesmo e a reflexão sobre quem se é no mundo. A obra traz versos do poeta Ildegardo Rosa, já falecido, e o EP da banda Orange Poem com a voz de Mateus Aleluia, “Ancient”, lançado em 2014.
A produtora do Núcleo de Audiovisual Literatura do Itaú Cultural, Julia Sottili, uma das curadoras do Festival Arte como Respiro- Edição Audiovisual, descreve que “’Cura’ é um filme bem bonito e poético sobre a masculinidade negra”. “Pra gente é bem importante ter filmes de várias regiões do Brasil que valorizem a diversidade das expressões artísticas. Tivemos um cuidado grande para tentar contemplar todos os estados se possíveis”.
Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)
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