Coletivo de grafiteiros ilustra o Círio em painéis de rua
Com mais de 100 artes espalhadas pelo Brasil, o coletivo Tinta Preta está concluindo uma no estacionamento da Basílica e se prepara para outra na avenida Centenário
O coletivo de grafiteiros Tinta Preta é o responsável por um painel sobre o Círio de Nazaré, no estacionamento do Centro Social de Nazaré. A arte foi encomendada pela Diretoria da Festa. O grupo, que neste momento conta com cinco artistas dedicados a esse trabalho, fará uma outra, só que espontânea, na avenida Centenário (que deve começar no final da semana).
O Círio é uma expressão multicultural. A fé se entranha em várias formas de arte. Essa é a oportunidade para mostrar um outro olhar sobre a arte de rua e chamar a atenção para questões sociais que sempre estão presentes nas artes deles.
Em Belém, várias pessoas já devem ter passado por artes do coletivo. Há painéis na avenida Nazaré, na avenida Presidente Vargas e em subestações da Equatorial Energia Pará. Há uma bem grande em um centro de treinamento, na rua dos Caripunas com a avenida Roberto Camelier. No Brasil, o grupo já tem mais de 100 artes feitas. Mina Ribeiro, idealizadora e produtora do Tinta Preta, reforça que a luta para desfazer o olhar marginalizador sobre a arte de rua é constante.
Grupo colore vários pontos de Belém (Cláudio Pinheiro)
Enquanto o painel era feito, um grupo fez pichações na calçada do Centro Arquitetônico de Nazaré (CAN). E isso mobilizou outro coletivo de artistas de rua para limpar. Há diferenças entre as expressões. Explicar isso nunca é muito fácil. Porém, com o Círio, um tema de valor afetivo para muitas pessoas, sobretudo paraenses, há como tornar a arte do graffiti mais muito acessível. Por sinal, diz Mina, essa é uma proposta do graffiti: tornar a arte acessível para todos.
Mina ressalta que, mesmo sob encomenda, a arte tem olhares e experiências do artista, que não são dissociáveis. Há devotos da Virgem de Nazaré no coletivo. O grupo tem uma proximidade com a festividade e, individualmente, cada artista tem suas histórias com o Círio. Além disso, cada arte requer pesquisa, planejamento, diálogo e impressões. O grupo todo, com participações esporádicas, reúne 10 grafiteiros.
"Nos organizamos para dar visibilidade aos artistas e, neste ano, fechamos essa encomenda com a Diretoria da Festa. Vivemos e convivemos com o Círio, que muda o visual da cidade. E agora nós também estamos mudando o visual da cidade", diz Mina. O painel atual, da Arquidiocese e o futuro, da Centenário, não são os únicos com o tema da festividade da Virgem de Nazaré.
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