Biblioteca e Arquivo Públicos voltam a receber visitantes e pesquisadores
Aos poucos, espaços culturais retomam as atividades presenciais, para garantir segurança dos usuários
Pesquisadores, professores e estudantes puderam retomar as consultas às bibliotecas públicas com a reabertura gradual dos serviços em razão da estabilidade da pandemia pelo novo coronavírus no Pará. O “novo normal” tornou obrigatórios o distanciamento social, a higienização com álcool e o uso de máscaras e luvas para o manuseio de livros, jornais, documentos e computadores. Além disso, bibliotecas limitaram o acesso das visitas, que passaram a ser pré-agendadas.
“A gente precisa das bibliotecas locais. Elas são de suma importância. O acervo não é todo digitalizado. A pesquisa de documentação do Pará parou totalmente (com a pandemia)”, observa a historiadora e professora Ana Carolina da Luz, que pôde retomar a pesquisa sobre o histórico de uma fazenda do Marajó, para a qual foi contratada antes da crise sanitária a fim de subsidiar uma ação judicial. O Arquivo Público reabriu no início deste mês com acesso limitado a seis pessoas por dia, mediante agendamento prévio.
O imenso salão da Biblioteca Pública Arthur Vianna, no segundo andar do prédio da Fundação Cultural do Pará (FCP), antigo Centur, uma da mais procuradas por pesquisadores, professores e alunos em Belém, apresenta ainda hoje uma realidade completamente distante da rotina: está vazio.
Antes da pandemia, o local chegava a receber 700 visitantes por dia, em média, considerando também a estrutura de gibiteca, brinquedoteca, espaço infantil, fonoteca, hemeroteca, obras raras e audiovisual, localizados no terceiro andar da FCP.
A coordenadora do local, Socorro Baía, explica que no início deste mês o espaço reabriu somente os serviços mais demandados, que são as consultas à coleção de jornais impressos e microfilmados e às obras raras. Porém, foi definida a limitação a quatro pessoas no primeiro serviço e a três pessoas nos demais, mediante agendamento prévio. Também foi reaberto o serviço de devolução de livros, este, sem limite de pessoas. O horário de visitação também foi reduzido, das 9h30 às 14h30.
“Em outubro devemos reabrir o empréstimo de livros e as pesquisas no salão mediante controle no número de pessoas por agendamento”, antecipa a coordenadora. “Ainda estamos observando como se comporta a pandemia. Normalmente, é muito movimento aqui, entra e sai, elevador lotado. Precisamos cuidar para evitar o contato e prevenir o contágio”.
A mestranda de Letras, que prepara uma monografia em “Teorias Críticas”, Amanda Resque, teve que suspender a pesquisa documental durante a pandemia. “Enviei um e-mail em março, me responderam em agosto informando da reabertura e pedindo para agendar a consulta. Foram solícitos. O horário reduzido tornou a pesquisa mais lenta, não posso mais ficar o dia todo para fazer a pesquisa, mas já é um alívio poder continuar mesmo dessa forma”.
O acervo digital de obras raras da Arthur Vianna que estava disponibilizada on line, ficou suspensa durante um período da pandemia, o que foi reclamado por pesquisadores ouvidos pela reportagem. A coordenadora da biblioteca explicou que houve problema no sistema, mas que já foi resolvido e o acervo voltou a ser disponilizado na internet.
Arquivo Público
“Eu tive que ficar (durante o fechamento do Arquivo) no serviço on line de arquivos digitais, como a Biblioteca Nacional e o Arquivo Histórico Ultramarino Digital, mas eu precisava que vir para o Arquivo Público do Estado (presencialmente), onde está a documentação local. Todos os registros de cartórios desde 1700 (ano), de compra e venda de imóveis, estão aqui”.
A angústia da pesquisadora Ana Carolina da Luz foi a mesma de outros pesquisadores. “A minha pesquisa vai caminhar, mas num ritmo mais lento. Não tenho previsão de quando vou acabar”, conta.
Leonardo Torii, diretor do Arquivo Público, explica que a limitação de visitantes foi necessária para evitar aglomeração no espaço. “Temos um público especializado que vai de doutorandos, mestrandos e autores de monografias variadas, com público médio de oito pessoas por dia. Fizemos uma organização no salão de atendimento para que cada pesquisador ocupe uma mesa. Os servidores que lidam com os pesquisadores foram esclarecidos e equipados com máscaras e face shields. Disponibilizamos álcool e de luvas para servidores e visitantes. Fizemos um isolamento para evitar a aproximação dos pesquisadores com os servidores. Está dependendo do protocolo (sanitário) do estado para ampliar o número de visitantes.”
Todo o acervo da biblioteca de apoio está aberto e todos os instrumentos de pesquisa estão disponíveis nos computadores do salão de atendimento. As visitas monitoradas permanecem suspensas.
Serviço:
Biblioteca Pública Arthur Vianna, do Centur- 9h às 14h30, sendo que o setor de obras raras funciona apenas às terças-feiras; o de jornais e microfilmes, de segunda a quinta-feira; e a devolução de livros, de segunda a sexta. Os agendamentos são feitos pelo e-mail mail bibliotecaonline@fcp.pa.gov.br e pelo fone (91) 3202-4332.
Arquivo Público do Estado - de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h, com limite máximo de 6 pessoas por dia e agendamento prévio pelo e-mail pesquisaagendada@yahoo.com.br ou pelo telefone (91) 4009-4386.
Fonte: O Liberal/Cultura (Texto)
Foto: Divulgação
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