A chegada do amor
Ponto de Vista
Por: Lúcia Betânia Bezerra
Martins
De repente o nosso olhar encontra outro
olhar, e passa a ter um novo olhar sobre a vida; as mãos suam, o coração
acelera, o corpo se aquece, o pensamento se volta para um único ser,
visualizando mentalmente mil situações numa ebulição insana de desejos. Tudo
isso acontecendo paralelamente a uma alegria inexplicável, um colorido
diferente, um rebuliço de emoções e sentimentos que se agitam, se misturam, se
fundem, se expandem até não caber mais dentro de nós e transborda. A vida,
então, faz sentido, o mundo faz sentido, a natureza fica mais bela, a música
toca sensivelmente a alma, a pele energizada transparece felicidade plena,
avisando que o amor está chegando.
A chegada do amor nos deixa eufóricos, entusiasmados,
nos dá animosidade, nos presenteia com a amabilidade dispensada às pessoas
conhecidas ou não e ao mesmo tempo pode nos trazer inquietude, impaciência,
ansiedade, irritabilidade. Dessa forma, pode-se dizer que a vida parece um mar,
ora revolto nos joga de um lado para o outro, ora calmo, nos permitindo
relaxar, flutuar sobre as águas tranquilas. Outrossim, nos mostra uma
profundidade no querer, uma imensidão de afeto, ternura, paixão, devoção,
fascínio desejo nos quais nos permite ou não mergulhar de corpo e alma. Assim
chega o amor, vai invadindo, se instalando de mansinho e quando se vê já ocupou
todo o espaço do nosso coração. É inevitável querer lutar contra o apossar-se
desse sentimento. Porém, amar é uma questão de escolha, para que ele sobreviva é
preciso tomar a decisão de aceitar o amor e tudo que o compõe: suas dores e
alegrias, suas flores e espinhos, sua prisão e sua liberdade. Enfim um total
paradoxo sentimental. Contudo, não podemos nos levar por tal complexidade, pois
o amor deve ser um sentimento puro, terno e verdadeiro, e exatamente por ser
assim, devemos vivê-lo na simplicidade do coração, para que sem complicações
possamos amar intensamente.
*A autora é
Paraense de Capanema, educadora e poetisa.
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