Autor paraense lança romance gay sobre preconceito e amor proibido
Michel Jorgee usou a própria experiência de vida para dar luz ao escrito que demorou nove anos para ser publicado
A experiência de vida do escritor Michel Jorgee foi o que deu ao autor o impulso para publicar seu primeiro livro no Brasil, intitulado "Enquanto Deus Dormia", pela editora Autografia. O trabalho aborda preconceito e amores proibidos, mas também traz reflexões sobre aceitação e acolhimento. Na narrativa, um jovem gay é expulso de casa e vai morar na casa de uma tia-avó no sul do país. Lá, o protagonista se apaixona por um padre e é correspondido.
A experiência de vida do escritor Michel Jorgee foi o que deu ao autor o impulso para publicar seu primeiro livro no Brasil, intitulado "Enquanto Deus Dormia", pela editora Autografia. O trabalho aborda preconceito e amores proibidos, mas também traz reflexões sobre aceitação e acolhimento. Na narrativa, um jovem gay é expulso de casa e vai morar na casa de uma tia-avó no sul do país. Lá, o protagonista se apaixona por um padre e é correspondido.
"Victor conhece um padre por quem ele se apaixona, e eles passam a ter um relacionamento escondido, na calada da noite - daí o nome do livro ser enquanto Deus dormia", explica o autor. Apesar de os dois manterem um relacionamento cercado de proibições pela posição de um dos envolvidos, o trabalho retrata também, de modo sensível, que não há condenação por parte de Deus à comunidade gay, destaca o escritor. "O padre mostra que ele pode amar quem quiser e que a Bíblia não condena e nunca condenou isso", enfatiza.
Michel Jorgee conta que trouxe à narrativa um pouco da sua história, que também é a mesma de muitas pessoas LGBTQIA+ que sofrem por não serem aceitas pela família. "A história do livro parte de uma experiência que tive, já que fui expulso de casa. Na época, morei cinco dias na rua e acreditei ser uma aberração. Existia esse discurso", relembra.
Michel Jorgee conta que trouxe à narrativa um pouco da sua história, que também é a mesma de muitas pessoas LGBTQIA+ que sofrem por não serem aceitas pela família. "A história do livro parte de uma experiência que tive, já que fui expulso de casa. Na época, morei cinco dias na rua e acreditei ser uma aberração. Existia esse discurso", relembra.
Apesar de que o "começo" da vida adulta para Michel tenha sido difícil, o discurso do escritor e jornalista não é de compaixão por si mesmo, mas traz na entonação da voz um gosto de vitória. "Hoje tenho uma maravilhosa com a minha família. Estou com 30 anos, me formei, saí da rua, lancei um livro em Portugal e agora estou lançando esse no Brasil", enfatiza ele, que depois do ocorrido nunca mais voltou a morar com os pais.
O autor conta que o livro demorou nove anos para ser concluído, tudo porque o processo de escrita foi feito e refeito algumas vezes, até que o escrito estivesse maduro o suficiente para ser publicado. "Lembro que escrevi alguns capítulos e guardei. Depois reli a história, escrevi mais um pouco, mas ainda não era o momento de ser publicado. Até que um dia encontrei o original, fiz algumas alterações, mudei o título e decidi que era a hora de tornar público", conclui.
Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)
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