Mostra 'Égua do Filme' disponibiliza mais de 30 títulos paraenses de graça
Iniciativa do Amazônia Doc, programação reúne documentários, filmes de ficção e animações
Uma lista de histórias contadas no cinema por olhares paraenses está disponível para ser vista em casa. A mostra on-line “Égua do Filme”, do festival Amazônia Doc, reúne mais de 30 títulos paraenses, entre longas e curtas-metragens; todos disponíveis para assistir on-line gratuitamente. O catálogo com as produções está disponível aqui.
A ação do Amazônia Doc tem o objetivo de levar entretenimento para as pessoas que se encontram em quarentena, como medida de proteção contra o novo coronavírus. Diversificada, a mostra reúne documentários, filmes de ficção e animações, formando um panorama das várias faces da produção cinematográfica do Pará.
O catálogo reúne produções datadas desde a década de 1990, até filmes mais recentes. “Assustado”, de San Marcelo, por exemplo, foi lançado no início de 2020. O curta filmado em Bragança traz de volta uma manifestação carnavalesca comum na segunda metade do século XX, mas com registros até década de 90.
“Pela pesquisa que fizemos a manifestação também ocorria em outras cidades brasileiras, mas são poucos os registros que existem sobre ela. Esse é meu primeiro filme de curta de ficção, é pra cima, com trilha autoral de Almirzinho Gabriel e Alex Ribeiro, o que faz com que a trama fique bem divertida”, diz o diretor.
Outra curiosidade sobre a produção é que 80% das pessoas que trabalharam no filme são de Bragança, algumas até não tinham experiência com audiovisual à época. No elenco, Dilamar Castanho, que interpreta do avô do protagonista na trama, tinha uma relação real com os assustados, e um dos últimos teria ocorrido em sua casa, por volta da década de 1980.
“Ele se sentiu super maravilhado em fazer o filme, e quando assistiu em uma pré-estreia feita para a equipe, disse que ficou extasiado em rever aquilo, teve um flashback na cabeça dele. Isso me deixou feliz por ter alcançado esse ponto”, relembra San.
Outra surpresa da mostra é “Canção do Amor Perfeito”, de Fernando Segtowick e Alexandre Nogueira, lançado em 2018, mas até então inédito na internet. As demais obras do catálogo já estavam há anos disponíveis nos canais dos próprios realizadores, mas agora poderão ser acessadas a partir de um único site, revelando assim um conjunto da produção cinematográfica da região.
Para o público infantil, a oferece animações de Cássio Tavernard, como: “A Onda – Festa na Pororoca”, “O Rapto do Peixe Boi” e “Alegro Pero no Mucho”; realizadas entre 2008 e 2019. Também há o filme “Pedaços de Pássaro” (2016), de Andrei Miralha e Marcilio Costa.
“Excelente a iniciativa dessa mostra, justamente por reunir produções paraenses num mesmo espaço virtual. Muitas vezes, essa produção fica muito dispersa e o grande público, fora do meio artístico, não acompanha notícias relacionadas à produção audiovisual local, não sabe onde encontrar e muitas vezes nem sabe que existe”, comenta Andrei Miralha.
“Pedaços de Pássaros” é resultado de um edital de audiovisual do MINC, lançado em 2012. “Esse filme aborda questões muito pertinentes ao nosso tempo, trás o pássaro como uma metáfora para as relações que estabelecemos com o mundo, com a vida e com o outro. O pássaro atravessa 6 capítulos que apresentam estéticas diferentes utilizando pintura digital, animação 3D rotoscopia, animação em composite e vídeos em live action”, conclui o realizador.
Também estão catalogados os premiados: “Ribeirinhos do Asfalto” (2011), de Jorane Castro, que levou os Kikitos de Melhor Atriz para Dira Paes, e Melhor Direção de Arte no Festival de Cinema de Gramado; “Matinta” (2010), de Fernando Segtowick, campeão do prêmio de Melhor Som, e de Melhor Atriz para Dira Paes, no Festival de Cinema de Brasília; e “Mãos de Outubro” (2009), de Vitor Souza Lima, que recebeu cinco prêmios, dois deles no festival É Tudo Verdade.
Para se juntar a lista
A mostra “Égua do Filme” também recebe produções que queiram ingressar o catálogo. A chamada para submissão de filmes segue aberta até o dia 30 de abril. Para se inscrever basta acessar o site amazoniadoc.com.br e preencher o formulário, além de enviar o link de seu filme, cartaz e fotos de divulgação. O critério principal para integrar a mostra, é que sejam filmes que já tenham sido exibidos no circuito de festivais, nos cinemas, na televisão ou inéditos; mas que atendam a critérios cinematográficos que serão analisados pela curadoria.
Confira o catálogo completo:
- A Besta Pop – Dir. Artur Tadaiesky, Fillipe Rodrigues, Rafael B. Silva
- A Explosão da Ilha – Dir. Gabriel Portella e Léo Chermont
- A Onda – Festa da Pororoca - Dir. Cássio Tavernard
- Açaí com Jabá – Dir. Alan Rodrigues, Marcos Daibes e Walério Duarte
- Alegro Pero no Mucho - Dir. Cássio Tavernard
- As Filhas da Chiquita – Dir. Priscilla Brasil
- As Mulheres Choradeiras – Dir. Jorane Castro
- Assustado – Dir. San Marcelo
- Brega S/A – Dir. Gustavo Godinho e Vladimir Cunha
- Canção do Amor Perfeito – Dir. Alexandre Nogueira e Fernando Segtowick
- Certeza – Dir. Pedro Tobias
- Covato – Desenterre seus segredos – Dir. Emanoel Franklin
- Damasceno Novos & Usados – Dir. Kemuel Carvalheira
- Ervas e Saberes da Floresta – Zienhe Castro
- Gritos da Terra – Dir. Geneviève Pressler e Zienhe Castro
- Invisíveis Prazeres Cotidianos – Dir. Jorane Castro
- Josephina – Dir. Zienhe Castro
- Juliana contra o Jambeiro do Diabo pelo coração de João Batista – Dir. Roger Elarrat
- Lugares do Afeto - A fotografia de Luiz Braga – Dir. Jorane Castro
- Mãos de Outubro – Dir. Vitor Souza Lima
- Matinta. Dir. Fernando Segtowick e Adriano Barroso
- Memórias do Cine Argus – Dir. Edivaldo Moura
- Miguel Miguel – Dir. Roger Elarrat
- Mulheres de Mamirauá – Dir. Jorane Castro
- O time da croa – Dir. Jorane Castro
- Ópera Cabocla – Dir. Adriano Barroso
- Pedaços de Pássaros – Dir. Andrei Miralha e Marcílio Costa
- Promessa em Azul e Branco – Dir. Zienhe Castro
- Quando a chuva chegar – Dir. Jorane Castro
- Quero ser anjo – Dir. Marta Nassar
- Ribeirinhos do Asfalto – Dir. Jorane Castro
- Salvaterra, Terra de Negro – Dir. Priscilla Brasil
- Serra Pelada - Esperança Não é Sonho – Dir. Priscilla Brasil
- Shala – Dir. João Inácio
- O Rapto do Peixe Boi – Dir. Cássio Tavernard
- Verde Terra Prometida – Dir. Cláudia Kawage e Zienhe Castro
Fonte: O Liberal/Cinema (Texto e Foto)
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