A primeira aventura de Milton Nobre no meio literário
O livro reúne 20 contos de autoria do desembargador com lançamento virtual nesta segunda-feira (27)
Histórias sobre as realidades humanas, complexas teias de sentimentos e emoções pitorescas ou bizarras estão no livro “O Declamador e outras Histórias”, que inaugura a estreia do desembargador Milton Nobre, decano do Judiciário paraense, na literatura em prosa. O livro reúne 20 contos de autoria do desembargador com lançamento virtual na próxima segunda-feira, dia 27, e ficará disponível no site www.odeclamador.com.br, que vende exclusivamente para Belém. A publicação poderá ser adquirido nos demais municípios pelos sites www.allprinteditora.com.br ou www.amazon.com.br.
Em meio século de atividades profissionais no Direito, Milton Nobre tem ampla experiência na área como jurista, estudioso da Ciência do Direito, advogado e dirigente da Ordem dos Advogados do Brasil da Secção Pará (OAB-PA) e integrante do Conselho Federal, presidente do Instituto dos Advogados do Pará e a Academia Paraense de Letras Jurídicas. Ao ingressar na Magistratura, pelo Quinto Constitucional, fez carreira presidindo o Tribunal de Justiça do Pará (TJ), o Conselho dos Tribunais de Justiça do Brasil e integrado o Conselho Nacional de Justiça indicado pelo Supremo Tribunal Federal.
Com uma vida dedicada ao Direito, Milton Nobre revela que nunca teve inspirações literárias fora do campo jurídico. O autor confessa que mesmo com essa ampla experiência ficou inseguro com o lançamento do primeiro livro literário. “Esse campo é muito sensível a aspectos estéticos, onde os modos ou modas são extremamente sofisticados. As formas quase sempre terminam possuindo valor semelhante e, não raro, superior ao conteúdo. Portanto, quem resolve iniciar nesse caminho não pode se sentir totalmente seguro”, declara. Os contos foram escritos entre o final do ano passado e no início deste.
O autor que têm o hábito de ler dois livros ao mesmo tempo, sendo um de Direito e outro de assuntos diversos, inclusive romances. “Acabo de ler a obra de Laurentino Gomes "Escravidão", primeiro volume, um precioso relato histórico de um dos mais tristes episódios da história luso-brasileira”, conta. Após este lançamento, Nobre já pesquisa e trabalha em uma monografia sobre teoria das decisões judiciais. “Um estudo de natureza epistemológica a respeito de como os juízes decidem na prática brasileira”, adianta.
O livro “O Declamador e outras Histórias” nasceu de uma provocação insistente feita por um velho amigo do desembargador, o advogado Célio Simões de Souza, que sempre o incentivou a escrever os contos. O amigo dizia que Milton Nobre sabia como contar histórias. “Esses contos são ficcionais. Pedaços de vidas imaginados. Há quem diga que os contos escondem realidades vistas ou passadas, guardadas nas profundezas da mente do autor. Até alguma coisa pode ser. O leitor também é livre para imaginar e pensar o que quiser. Aliás, se esse tipo de percepção existir, significa que os contos de "O Declamador" foram lidos e, portanto, estarei recompensado”, explica Nobre.
Na observação do presidente da Academia Paulista de Letras, José Renato Nalini, a leitura de “O Declamador e Outras Histórias” comprova a vocação literária de Milton Nobre, com “vinte exemplares significativos do melhor apuro na arte de contar histórias” e ensinam “tolerância, solidariedade, generosidade, sensibilidade, tudo aquilo que tem sido negligenciado em tempos de ira”. Já Amarílis Tupiassu, doutora em Letras pela UFRJ e crítica literária, enfatiza ser “verdade que o jurista decidiu transitar pela seara da beleza estética e faz bonito.”
O livro tem como contos “Numa tarde de verão”, passando por narrativas ternas, em “Os meninos, o fio e os brinquedos”, pela ânsia por encontrar o porto seguro de um amor definitivo em “Desencontros”, abrindo espaço para o humor em “João, o embaralhado”, “A sorte é que deu macaco” e “O declamador”, que “são dignos de antologia das mais pitorescas e bizarras descrições daquilo que acontece em nossa peregrinação pelo planeta”, nas palavras de Nalini.
Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)
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