Luís Marcelo apresenta seus 'Contos Parauaras'


O conto foi o gênero escolhido pelo escritor Luis Marcelo de Araújo Pedroso para a publicação de sua primeira obra literária, intitulada Contos Parauaras, que será lançada nesta segunda-feira, 27, durante uma sessão de autógrafos e um coquetel, que ocorrerão no Salão Wilson Marques, do Fórum Criminal da Cidade Velha, às 10h. O autor é graduado em Letras e em Direito, com especialização em produção textual e mestrado em linguística.
No livro, o Luis Marcelo apresenta sete contos inéditos, além de contos premiados nas edições de 2017 e 2018 do Concurso Literário do TJPA, “Lady Marajó” e “Ele não é um peso, ele é meu irmão”, ambos publicados no livro “Contos, Crônicas e Poesias”, que reúne a produção literária de magistrados e servidores do Poder Judiciário, onde trabalha como analista judiciário desde 2006.
“O leitor vai encontrar uma leitura forte, reflexiva, por vezes, impactante. Como disse uma revisora do livro, em alguns momentos, é de tirar o fôlego pela realidade nua, crua e dura das situações, principalmente nos contos que falam sobre a exploração sexual infantil no Marajó (Lady Marajó), sobre violência urbana (Ele não é um peso, ele é meu irmão), sobre abandono e exploração do trabalho infantil (Menino Esperança), e sobre a violência doméstica contra a mulher, retratando o feminicídio (Violência em cinco atos).  Há histórias, porém, mais leves, como as Horas, o Bom Soldado que trabalham uma leitura mais suave, porém também com alguma relação social”, explica o autor.
O escritor justificou que a escolha pelo conto se deu por ser uma interseção entre um gênero pequeno e outro longo e complexo em sua narrativa. “O conto é um tipo textual relativamente curto, com um ou poucos dramas, com poucas personagens, com espaço bem definido. É um irmão menor do gênero romance, ficção, mas é maior do que o gênero crônica. Um conto bem elaborado pode construir grandes histórias. É só ver o exemplo dos contos de fadas que, apesar de se chamarem contos, possuem estruturas e situações às vezes bem complexas, como A Bela Adormecida, Chapeuzinho Vermelho e vários outros. Há também contos complexos como os contos de Anton Tchekhov, como A Dama do Cachorrinho, entre dezenas de outros contos muito inspiradores”, afirmou.
O interesse de Luis Marcelo pela escrita começou aos 13 anos de idade, quando encontrou no lixo dez volumes da Enciclopédia Barsa, que levou para casa e os leu, em especial os volumes que falavam sobre arte e literatura. "Eu sempre fui um contador de histórias desde criança. Criava histórias na imaginação e contava para as outras crianças. Tinha muita imaginação e as histórias eram suaves, alegres, fantasiosas e cheias de esperanças. Com o tempo, perdi esse dom de contar história orais, não contava mais como fazia antes, mas ainda criava na imaginação. Foi aí que descobri o texto escrito. Nele, consigo trazer todo o mundo da fantasia, da reflexão, das histórias à vida. Tudo me inspira, principalmente as relações humanas e os bons exemplos de pessoas boas e honestas”, disse.
Contos Parauaras faz referência a uma palavra genuinamente amazônica, proveniente do tupi guarani para’wara, que vem a ser “o que nasce das águas” (do rio-mar). "No tempo do Brasil Colônia, existiam duas tribos indígenas denominadas parauás e parauanas, que certamente contribuíram para o nosso gentílico paraense. O que fiz foi resgatar essa palavra”, acrescentou o autor.

Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

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