Cláudio Barros faz leitura dramática da obra de Plínio Marcos
Poética, envolvente, instigante. A leitura dramática aguça um misto de sentimentos nos ouvintes, avivados pelo estímulo de sentidos como audição e visão. Íntimo da performance, Claudio Barros apresenta o conto Inútil Canto e Inútil Pranto pelos Anjos Caídos (que perderam os fundamentos), de Plínio Marcos, no Núcleo de Conexões Na Figueredo.
A temporada tem início a partir de sexta, 31, e segue nos dias 1, 5, 6, 13, 14, 20 e 21 de fevereiro, às 19h. Não há um valor específico para a entrada do público, pois o espetáculo funcionará na dinâmica do "pague quanto quiser".
"Não é apenas uma leitura, é uma leitura performática. Tem uma estrutura de sonoplastia que, enquanto leio, vou manipulando instrumentos de percussão em miniatura. Essa camada sonora na leitura foi toda pesquisada pelo ator Cláudio Melo, que começou a assistir os ensaios com este objetivo e foi construindo junto comigo a sonoplastica. Os sons vão criando climas e atmosferas de colocam as pessoas num determinado local, brincam com os sentidos", detalha Claudio, que assina a direção e atuação. A produção é de Sandra COnduru e a arte de Marcela Conduru.
De acordo com o autor, que completa 44 anos de carreira no teatro em 2020, as obras são sempre escolhidas com objetivo de instigar o público ao pensamento crítico. Neste caso, o trabalho do paulista Plínio Marcos, faz parte de um livro de bolso, editado em 1977, que conta com três contos. O segundo, escolhido pelo ator para a leitura, trata da perda dos fundamentos do indígena brasileiro, que narra histórico extermínio do povo da floresta vivenciado por um velho indígena, que começa a perceber o afastamento de sua aldeia da essência do próprio povo.
"Eu fiquei completamente impactado com a força não só poética mas também da mensagem que o Plínio, em 1977, já desenvolvia com uma percepção muito profunda da realidade dos indígenas brasileiros", explica ele. "Sempre busco dividir com o público um texto que tem alguma importância, mas que talvez, de certa forma, eu não veja numa montagem teatral. O objetivo é provocar as pessoas naquele momento, com aquele texto, seja por questão política, social ou também uma questão poética. Uma coisa não elimina a outra", acrescenta Claudio.
Para o ator, a obra continua atual e necessário nos dias de hoje, apesar de que tenham passado-se mais de 40 anos, desde sua publicação. "A gente precisa prestar atenção nas nossas questões ancestrais. Um povo que não cultua, é um povo sem memória, sem identidade, que perdeu a sua personalidade. O texto vem dizendo que precisamos cuidar do nosso povo, da nossa floresta. A gente precisa prestar atenção nisso e ficar atento a como estamos lidando e nos importando pela continuidade do genocídio indígena", defende.
Agende-se
Leitura dramática com Claudio Barros
Data: sexta-feira, 31, e 01, 05, 06, 13, 14, 20 e 21 de fevereiro
Horário: 19h
Local: Núcleo de Conexões Na Figueredo (Av. Gentil Bittencourt, 449)
Informações: (91) 98113-7600
Ingresso: pague quanto quiser
Data: sexta-feira, 31, e 01, 05, 06, 13, 14, 20 e 21 de fevereiro
Horário: 19h
Local: Núcleo de Conexões Na Figueredo (Av. Gentil Bittencourt, 449)
Informações: (91) 98113-7600
Ingresso: pague quanto quiser
Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)
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