Revista Inversos promove sarau em comemoração ao Dia da Consciência Negra
** O poetamigo Maroel Bispo, mais uma vez reúne poetas de todo o Brasil num sarau virtual na página da Revista Inversos, um dos mais conceituados espaços que destaca a literatura. Eu e a poetamiga Conceição Maciel, por enquanto, estamos representando a cidade de Capanema-Pará, conforme publicações abaixo...
Origem do Dia
Nacional da Consciência Negra – 20 de novembro. Esta data foi estabelecida pela
Lei Federal nº 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20
de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi (foto), líder do
Quilombo dos Palmares. A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este
personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial.
Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos
representavam uma resistência ao sistema escravista e também uma forma coletiva
de manutenção da cultura africana aqui no Brasil. Zumbi lutou até a morte por
esta cultura e pela liberdade do seu povo.
Recomeçando
Eu vou andando pelas ruas da cidade, quase desertas
Procurando alguma coisa que me chame a atenção
Encontro um pedinte que cantarola uma música diferente
Ele fala que não está nem aí para a vida
Me aproximo dele e começo a puxar conversa
O pedinte é um homem de pele bem escura
Aparenta ter uns 60 anos
Disse-me que mora na rua e apanhou na noite passada
Entretanto, não soube explicar quais foram os motivos
Que levaram os seus algozes a tomarem tão cruel atitude
No seu corpo haviam marcas das agressões sofridas
Ele demonstrava estar muito abalado
Repetindo várias vezes que não confia mais em ninguém,
Porque muitos renegam a cor de sua pele
Para menosprezá-lo e excluí-lo da sociedade.
Eu o convido para uma reflexão
Oferecendo-lhe guarida em local mais confortável
O homem mantém-se cético e rejeita a minha proposta
Preferindo continuar morando na rua.
Estou convicto que sua decisão é (quase) irrevogável
Sendo assim, penso em desistir da minha vontade de oferecer ajuda.
Aquele pedinte é um simples cidadão
Que espera o tempo passar e não percebe que está tudo muito rápido.
Transcorridas algumas semanas,
Eu voltei novamente ao local
E encontrei aquela criatura em estado lastimável.
Mesmo diante de tanta resistência
Consegui convence-lo a fazer um tratamento de saúde
Iniciando então, um processo prolongado
Ele ganhou morada nova
Foi acolhido em um pequeno albergue
Passando a ter uma vida mais digna
E por isso, precisou mudar alguns procedimentos
Ações que o fizeram muito bem.
O morador de rua teve a sua vida transformada
Conseguindo então uma função laboral
Que lhe rendeu conforto e dignidade
Formando um conjunto de atividades plausíveis
E inerentes à prática da cidadania.
A sua pele negra é valorizada por muitos,
Porém, há quem use o preconceito
Como arma poderosa para aniquilar os desamparados,
Pois a repulsão ao progredir, pode deprimir ou desabonar
Qualquer indivíduo que esteja em situação vulnerável
E por conseguinte, contar com a provisão Divina
É ter a vontade renovada,
Juntando o ontem que se expõe ao agora,
Para esperançar no que possa vir depois.
Procurando alguma coisa que me chame a atenção
Encontro um pedinte que cantarola uma música diferente
Ele fala que não está nem aí para a vida
Me aproximo dele e começo a puxar conversa
O pedinte é um homem de pele bem escura
Aparenta ter uns 60 anos
Disse-me que mora na rua e apanhou na noite passada
Entretanto, não soube explicar quais foram os motivos
Que levaram os seus algozes a tomarem tão cruel atitude
No seu corpo haviam marcas das agressões sofridas
Ele demonstrava estar muito abalado
Repetindo várias vezes que não confia mais em ninguém,
Porque muitos renegam a cor de sua pele
Para menosprezá-lo e excluí-lo da sociedade.
Eu o convido para uma reflexão
Oferecendo-lhe guarida em local mais confortável
O homem mantém-se cético e rejeita a minha proposta
Preferindo continuar morando na rua.
Estou convicto que sua decisão é (quase) irrevogável
Sendo assim, penso em desistir da minha vontade de oferecer ajuda.
Aquele pedinte é um simples cidadão
Que espera o tempo passar e não percebe que está tudo muito rápido.
Transcorridas algumas semanas,
Eu voltei novamente ao local
E encontrei aquela criatura em estado lastimável.
Mesmo diante de tanta resistência
Consegui convence-lo a fazer um tratamento de saúde
Iniciando então, um processo prolongado
Ele ganhou morada nova
Foi acolhido em um pequeno albergue
Passando a ter uma vida mais digna
E por isso, precisou mudar alguns procedimentos
Ações que o fizeram muito bem.
O morador de rua teve a sua vida transformada
Conseguindo então uma função laboral
Que lhe rendeu conforto e dignidade
Formando um conjunto de atividades plausíveis
E inerentes à prática da cidadania.
A sua pele negra é valorizada por muitos,
Porém, há quem use o preconceito
Como arma poderosa para aniquilar os desamparados,
Pois a repulsão ao progredir, pode deprimir ou desabonar
Qualquer indivíduo que esteja em situação vulnerável
E por conseguinte, contar com a provisão Divina
É ter a vontade renovada,
Juntando o ontem que se expõe ao agora,
Para esperançar no que possa vir depois.
Autor: Paulo Vasconcellos
Cidade: Capanema-Pará-Amazônia-Brasil
Imagem: Paraíba Rádio Blog.com/Thiago Moraes
Cidade: Capanema-Pará-Amazônia-Brasil
Imagem: Paraíba Rádio Blog.com/Thiago Moraes
NEGRITUDE
O soluço ecoou pelo mundo sem cor
As lágrimas não lavaram o sangue que jorrou no açoite
Os gritos retumbaram pelas montanhas
E rasgaram a mal dormida noite.
O suor se misturou com as lágrimas
Que lavaram as latejantes feridas
O negrume brilhou na noite escura
Qual espelho d'água na vazante do rio
Dominando a escuridão da noite crua na ausência da lua
Que se arrastava ignorando o sofrimento alheio.
A água ficou turva do sangue negro
Manchando a África em toda a sua extensão.
Ninguém chorou as lágrimas dos negros,
Mas seus soluços ecoaram na imensidão noturna
Num lamento que se misturou ao choro
Das mães acorrentadas nas senzalas
Desaquietando o mundo com o sofrimento crioulo.
As lágrimas não lavaram o sangue que jorrou no açoite
Os gritos retumbaram pelas montanhas
E rasgaram a mal dormida noite.
O suor se misturou com as lágrimas
Que lavaram as latejantes feridas
O negrume brilhou na noite escura
Qual espelho d'água na vazante do rio
Dominando a escuridão da noite crua na ausência da lua
Que se arrastava ignorando o sofrimento alheio.
A água ficou turva do sangue negro
Manchando a África em toda a sua extensão.
Ninguém chorou as lágrimas dos negros,
Mas seus soluços ecoaram na imensidão noturna
Num lamento que se misturou ao choro
Das mães acorrentadas nas senzalas
Desaquietando o mundo com o sofrimento crioulo.
Os olhos pretos, firmes e sofridos,
Testemunhavam o próprio sofrimento
Injustiça que nunca será recompensada,
Pois o branco dominante e desalmado
Jamais teve a guarda baixada.
E aos negros na ausência de direitos
Só lhes restou os deveres, consternados.
Imposição tão duramente arraigada
Que até hoje se vê correntes
Como que plantas disseminadas por sementes
Um mal maior do que se pode imaginar.
Sangue negro que corre nas veias brancas
Contradição que coroa a injustiça
Encantamento incoerente do branco pela negra pele
Que fez da cor a mistura que representa um povo
Miscigenação que embeleza a história de luta,
Testemunhavam o próprio sofrimento
Injustiça que nunca será recompensada,
Pois o branco dominante e desalmado
Jamais teve a guarda baixada.
E aos negros na ausência de direitos
Só lhes restou os deveres, consternados.
Imposição tão duramente arraigada
Que até hoje se vê correntes
Como que plantas disseminadas por sementes
Um mal maior do que se pode imaginar.
Sangue negro que corre nas veias brancas
Contradição que coroa a injustiça
Encantamento incoerente do branco pela negra pele
Que fez da cor a mistura que representa um povo
Miscigenação que embeleza a história de luta,
Mas entristece as lembranças da labuta.
Capanema-Pará- Brasil
PARABÉNS Maroel pelo grande evento, Conceição e Paulo, dentre tantos talentos que participaram.
ResponderExcluirParabéns Paulo Vasconcellos, excelente evento, comemoração dia Nacional Consciência Negra.
ResponderExcluirPaulo Vasconcellos e Conceição Maciel,
ResponderExcluirParabéns!
Bravo!
Homenagem digna nesse dia da Consciência Negra.
Que ninguém esqueça do real sentido da justiça e do que é ser,
humano, em vez de animal irracional.
Que assim seja!