Artistas plásticos paraenses expõem obras em Lisboa
Os paraenses Geraldo Teixeira, Jorge Eiró, Ruma de Albuquerque, Marcone Moreira e Genison Oliveira realizam a exposição “Tanto Mar”, em Lisboa, Portugal. O mar, histórico símbolo de poesia e desafio da cultura lusitana, é o norte da referência estética desses artistas plásticos na mostra.
"Esse mar que separa Belém e Lisboa, o Brasil e Portugal, a Amazônia e a Europa, ao mesmo tempor nos une", descreve Eiró. A exposição acontece no Espaço Santa Catarina, até o próximo dia 20.
Jorge Eiró estreia em Lisboa com três obras em acrílica e areia do mar sobre tela: em "A Grande Onda em Nazaré- Surfando com Hokusai e Van Gogh", as pinceladas circulares de branco em fundo azul lembram as ondas do mar.
A obra 'A Grande Onda em Nazaré - Surfando com Hokusai e Van Gogh" traz pinceladas circulares de branco em fundo azul que lembram as ondas do mar (Divulgação)
Já "As Fortalezas da Solidão- Todo cais é uma saudade de pedra" faz alusão ao poema de Fernando Pessoa, em que muros de arrimo cortam a paisagem de céu e mar; e "Jazidas de Ouro e Sangue (Dos labirintos líquidos do coração)", da série "Labirinto Líquido", exibe os rios da Amazônia como "veias" que cortam as telas em direção a um coração.
"Essa mostra é um abre-alas para me apresentar ao mercado europeu. Lisboa é uma porta de entrada, cidade turística de pegada contemporânea de arte e arquitetura, que está em expansão", conta Eiró, que já expôs em Miami, Nova York e Washington, nos Estados Unidos, e Milão, na Itália.
Geraldo Teixeira volta às terras lusitanas com cinco obras de técnica mista sobre tela: "Amarilis/ Flor da imperatriz", "Manacá", "Caliandra", "Bastão do imperador" e "Narciso". Ele retrata uma flora ficcional mesclada a azulejaria tradicional portuguesa, também presente nas fachadas dos antigos casarões de Belém.
'Narciso' é uma das cinco obras de Geraldo Teixeira que retratam uma flora ficcional mescada a azulejaria tradicional portuguesa (Divulgação)
"Falo muito de uma flora ficcional. A minha obra trabalha com a questão dos ladrilhos tradicionais europeus, que estão aqui (Lisboa) e aí em Belém. A azulejaria é, basicamente, o mote do meu trabalho. É basicamente essa história que movimenta e que provoca a minha criação hoje", explica.
Genison Oliveira, que mora em Portugal, apresenta as fotografias da performance "Tanto mar e o Mediterrâneo também", em que aparece com o rosto e o corpo pintados de azul e envolto em papel branco. Enquanto Marcone Moreira - que foi o único dos artistas a não comparecer à vernissage - apresenta um desenho e uma instalação da série "Exaustos".
Ruma de Albuquerque está com duas obras na mostra em técnica mista sobre tela: "Terra de Santa Cruz" e "As armas e os barões assinalados". "As minhas obras normalmente são inspiradas em embarcações da Amazônia, mas nessa exposição quis homenagear as embarcações dos descobridores portugueses".
Ruma de Albuquerque levou duas obras para a mostra, como 'Terra de Santa Cruz', que faz homenagem a embarcação dos portugueses (Divulgação)
As telas apresentam a cruz da Ordem de Cristo que costumava estampar as velas na época das grandes navegações, período histórico que orgulha o povo português, com as cores dos barquinhos da Amazônia. "O primeiro verso de 'Os Lusíadas', de Camões, me serviu de inspiração", revelou ele, que completa 40 anos de carreira artística. É a segunda vez que ele expõe em Portugal.
Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)
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