Há 33 anos, museu preserva histórias do Círio em Belém



O Museu do Círio registra, resgata e preserva a história da maior procissão católica do Brasil. Situado na Cidade Velha, em um casario anexo à Igreja de Santo Alexandre, o espaço completou, no dia 9 de outubro, 33 anos. Em seu acervo abriga 1.616 peças, em reserva técnica e exposição. Para melhor organização, elas estão distribuídas em dez coleções tipológicas: objetos de culto; ex-votos; mantos; estandartes; brinquedos populares; acervos bibliográfico e fotográfico; cartazes da festa; ventarolas; e propagandas. As categorias estão sendo revisadas. A ideia é ampliá-las.
Atualmente, o museu oferece a exposição permanente “Círio de Nazaré, Patrimônio Imaterial”. Dividida em dois ambientes, a mostra retrata a festividade em seu aspecto religioso e antropológico. Assim, no primeiro salão, o público pode conferir ícones, como a berlinda com a imagem da santa, a corda, o manto, as roupas de anjo e ex-votos. Já no segundo espaço, está o ponto de vista social, cultural e econômico do evento.
O diretor do Museu do Círio, Anselmo Paes, conta que entre as peças, uma das que mais chama atenção dos visitantes é a corda. “Nós temos fragmentos da corda no museu, e como ela é um objeto muito especial dentro da procissão do Círio, é muito comum que as pessoas tenham grande vontade de se aproximar, de interagir. Por conta da sacralidade que o objeto ainda mantém”, diz Paes, que é técnico em gestão cultural do Sistema Integrado de Museus.
Outra peça que também desperta a atenção é a “Círio em Miniatura”, da artista plástica Silvana Passos. A obra é uma escultura confeccionada em resina epóxi, e representa a procissão completa do Círio de Nazaré e seus participantes. Fica disposta sobre uma lâmina de vidro fumê e pode ser visualizada com a utilização de uma lupa.
O espaço guarda ainda itens raros, como o cartaz do Círio de 1878, o manto utilizado pela santa no Círio 200 e fragmentos da corda dessa mesma procissão. Também estão no acervo artefatos curiosos, como um vestido de noiva e a réplica de uma geladeira em tamanho real, além dos objetos mais tradicionais, como os brinquedos de miriti e as promessas em cera.
Anselmo destaca que o público que visita o museu é diverso e de diferentes faixas etárias. Dentre os principais estão os turistas e estudantes. “Há um aumento de visitação nessa época do ano. Mas, nós temos muitos turistas que vêm ao espaço conhecer essa manifestação. E os estudantes, já que somos um espaço também dedicado à educação.”.

TRAJETÓRIA
O Museu foi criado pelo Governo do Estado em 1986, por meio de um convênio entre a Paratur e as Obras Sociais da Basílica de Nazaré. O idealizador foi o jornalista e historiador Carlos Rocque. Em janeiro de 2001, o espaço passou a fazer parte da estrutura organizacional da Secretaria de Estado de Cultura. Até 2002 ficou localizado no subsolo da Basílica de Nazaré. Logo depois, foi transferido e reinaugurado no casario da Cidade Velha. No local, passou a realizar suas atividades dentro do Núcleo Cultural Feliz Lusitânia e Sistema Integrado de Museus e Memoriais.

SERVIÇO

Museu do Círio
Local: rua Padre Champagnat, anexo à Igreja de Santo Alexandre, Cidade Velha.
Horário: de terça a sexta, de 10h às 17h, e sábado, domingo e feriados de 9h às 13h
Ingressos: R$ 4,00 inteira e R$ 2,00 meia. Menores de 7 e maiores de 60 anos são isentos. Estudantes com carteira de identificação pagam meia. Todas as terças a visitação é gratuita.
Informações: 4009-8669

Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

Nenhum comentário