Golb Carvalho pinta quadro de N. Sra de Nazaré ao vivo

O artista plástico Golb Carvalho encanta turistas e paraenses com a pintura "ao vivo" da obra "Cubra-nos com vosso manto sagrado", na qual pinta na técnica acrílico e óleo sobre tela diante do público, em um cavalete armado no hall do hotel Princesa Louçã, desde o sábado, 12, véspera do Círio de Nazaré. Medindo 2 metros por 1,30, a obra apresenta Nossa Senhora de Nazaré com o manto aberto sobre a cidade de Belém, além de vários elementos da festa religiosa, como a Basílica de Nazaré, a berlinda com a imagem da santa, a corda puxada pelos romeiros e as embarcações da romaria fluvial. A inspiração para esse trabalho veio de um sonho às vésperas da grande procissão.

Golb Carvalho é mineiro, está residindo em Belém e já se tornou devoto da Padroeira dos Paraenses. Dono de um estúdio de pintura, ele divide o tempo entre ensinar pintura a alunos de todas as idades, e a produção autoral. A "pintura ao vivo" - como denomina o ato de pintar diante do público - é realizada por ele há 40 anos. "Essa prática estabelece uma boa relação entre o artista e o público. O feedback é totalmente favorável e edificante. A reação das pessoas não interfere na criação, mas, de um modo geral, confere à criação do que estou pensando e que estou no caminho certo. Comecei pintando ao vivo em Belo Horizonte, quando eu morava lá. Depois me transferi para São Paulo e fui para a Praça da República e, depois, me tornei um pintor de galeria e passei a percorrer os shoppings pintando ao vivo".

O artista começou a trabalhar na nova obra na madrugada da sexta-feira, 11, que antecedeu o Círio de Nazaré. A inspiração veio em forma de sonho. "Eu estava em dúvida sobre o que fazer (pintar), na quinta-feira à noite (10). Precisava de algo diferente, que fosse impactante e que mexesse com o calor e a fé das pessoas. Estava pensando, pensando, aí eu cochilei e sonhei com o manto dela aberto, como um flash, rápido. Acordei, pulei da cama e pensei 'puxa vida, Nossa Senhora com seu manto aberto sobre Belém'. E veio a lembrança da música do Roberto Carlos que deu a ideia para o título da tela", conta.
"Eu fiquei no cavalete de 1 hora da madrugada até 4h30 rascunhando o desenho. E, na manhã seguinte, observei o desenho e constatei que tive uma boa inspiração. Quando eu comecei a trabalhar no sábado, já no hotel, foi quando eu vi que tinha acertado: a reação das pessoas foi extraordinária. Muita gente acompanhou (a pintura). Hóspedes do hotel e pessoas que vinham de fora só para olhar a obra. Eu passei todos os dias, a obra já foi muito visitada. As pessoas elogiam a beleza plástica, principalmente o rosto da santa e o manto aberto. Alguns visitantes cantam e até oram diante da tela", descreve.
Ele ainda finaliza a obra no hall do hotel. "Estou com os retoques finais nela, somente observações, já é considerada pronta", explica. "É aquele preciosismo que a gente fica buscando, cada vez mais trabalhado e elaborado, a gente vai buscando aproximar mais do realismo". Anteriormente, ele pintou outras duas telas menores inspiradas no Círio e, consolidando a devoção instalada nele, promete investir em novas obras nazarenas para o ano que vem.

Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)