Educadoras defendem métodos próprios de ensino e aprendizagem para indígenas


Desafios do acesso à educação pelos povos indígenas foram expostos a mesa-redonda “Os Dilemas da Educação Escolar Indígena”, realizada na noite de sexta-feira (30), na Arena Multivozes, dentro da 23ª Feira Pan Amazônica do livro e das Multivozes. A doutora em Educação Joelma Alencar e a coordenadora de Educação Escolar Indígena Lili Chipaia abordaram as dificuldades e os métodos eficazes para garantir a inclusão de cada povo, dentro de suas características, no sistema educacional brasileiro. A metodologia e a estratégia não encontrada pelos governos para ofertar a educação básica aos indígenas foram os principais pontos em discussão.
Lilia Chipaia quer a formação contínua, desde o ensino básicoFoto: Maycon Nunes / Ag. Pará“A gente fala muito do ensino superior, mas nós não temos como pensar e discutir ensino superior na sua amplitude se não falarmos e não resolvermos a situação da educação básica. É uma formação contínua”, ressaltou Lilia Chipaia. Para a educadora, é preciso pensar e desenvolver políticas públicas eficazes pelo diálogo e a construção coletiva. “A gente precisa pensar políticas educacionais que visem à interculturalidade, à intervenção e, acima de tudo, respeitem os métodos próprios de ensino e aprendizagem”, completou.
Segundo Joelma Alencar, a visão preconceituosa da sociedade sobre os povos indígenas deve ser desfeita, para que esses povos possam ser, de fato, reconhecidos. “Precisamos parar de pensar que o indígena é aquele ser que tem que ficar na floresta e não pode ter contato com outras culturas”, afirmou.Joelma Alencar falou sobre a visão preconceituosa da sociedade sobre os povos indígenasFoto: Maycon Nunes / Ag. Pará
“Hoje, o instrumento de luta dos indígenas é a educação. A partir dela, eles ressignificam suas estratégias de resistência e fortalecimento, e sua própria identidade quanto indígena”, concluiu a educadora.


Fonte: Agência Pará (Texto e Foto)

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