Blogueiros discutem papel da internet como incentivadora da literatura



Um bate-papo sobre literatura, amor por livros, comportamento e internet. Foi assim a mesa-redonda intitulada “Blogs literários paraenses”, que ocorreu na tarde deste sábado (31), na Arena Multivozes, dentro da programação da 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, no Hangar - Centro de Convenções. Os dois convidados do bate-papo foram o turismólogo Francisco Neto e a assistente social Fernanda Karen, editores dos blogs “literaurban” e “garota paid’égua”, respectivamente, que entre outros temas discutem sobre literatura.
Fernanda e Francisco contaram que, de maneira semelhante, começaram a gostar de literatura em casa, por influência dos pais, com as histórias em quadrinhos. Mais tarde, veio a influência da escola, dos professores, que apresentaram autores brasileiros e estrangeiros.
A Feira do Livro abriu espaço para vozes tradicionais e contemporâneas, como os blogueirosFoto: Mario Quadros/SecultCom o tempo, os dois jovens sentiram a necessidade de se aprofundar no tema e compartilhar aquilo de que gostavam com outras pessoas. Assim, Fernanda criou o “garota paid’égua”, que começou como um blog e hoje é um site, e tem perfis nas diferentes redes sociais, com milhares de seguidores. O projeto já tem nove anos e, desde o início até hoje, só fez crescer. “Lá no ‘garota’ escrevemos sobre livros, literatura, e temos um cuidado especial de falar sobre literatura paraense. Fazemos, também, muitas indicações, para todos os tipos de gostos, além de participar de eventos literários”, detalhou.
Para Fernanda Karen, o blog e a Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes têm o mesmo objetivo: compartilhar conhecimento e amor pela leitura. “A Feira tem esse intuito, de levar os livros até os leitores e de compartilhar as mensagens que eles trazem, o que é também a nossa ideia. Os livros também falam de problemas sociais que fazem parte da nossa realidade, o que nos faz refletir e, muitas vezes, mudar a nossa perspectiva de mundo”, frisou.
Representatividade - O turismólogo Francisco Neto, editor do site “literaurban”, também relatou que não é da área de Letras, mas que sempre teve um grande apreço pelos livros e pela literatura, e que o hábito de ler acabou ajudando em muitos momentos da vida. “Quando eu li, por exemplo, o livro do Vitor Martins, intitulado ‘15 dias’, que fala de um garoto que estava descobrindo sua sexualidade, na adolescência, acabei me vendo em muito daquela história. Por isso, tenho grande carinho por esse livro. E acho que a função do livro também é essa, por isso é tão importante termos livros e um evento como esse, em que as diferentes vozes são representadas”, ressaltou.
A professora Flávia Martins é fã do “garota paid’égua” e, por influência do site, começou a participar de um clube de leitura. Hoje, sente que se tornou uma leitora mais completa por conta dessa iniciativa. “O blog e o clube de leitura ajudaram a ampliar ainda mais a minha visão sobre literatura e sobre o que gosto. Pude conhecer autores mais contemporâneos e, também, autores paraenses, por isso hoje me considero uma leitora universal”, disse Flávia Martins.
Da mesma forma, a contadora de histórias e mediadora de leitura Joana Chagas fez questão de ressaltar a importância da internet como difusora da literatura. “Hoje, com certeza, por meio da internet e das redes sociais vocês conseguem alcançar muito mais gente e levar a mensagem do amor à leitura, o que é fantástico. Desejo que esse trabalho continue por muito tempo ainda”, enfatizou.

Fonte: Agência Pará (Texto e Foto)

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