Toni Morrison, premiada com o Nobel de Literatura, morre aos 88 anos
A escritora norte-americana Toni Morrison, cujo romance "Amada", de 1987, lhe rendeu um Prêmio Pulitzer e contribuiu para o conjunto de uma obra que fez dela a primeira mulher negra a receber o Prêmio Nobel de Literatura, morreu aos 88 anos, disse sua editora.
Paul Bogaards, porta-voz da editora Alfred A. Knopf, anunciou a morte, mas não informou a causa. Segundo o comitê da Academia Sueca, o prêmio foi dado a Morrison, uma escritora "que, em romances caracterizados por força visionária e teor poético, dá vida a um aspecto essencial da realidade americana".
A trama de "Amada" transcorre durante a Guerra Civil dos Estados Unidos e se baseou na história verdadeira de uma mulher que matou a filha de dois anos para que ela não se tornasse escrava. A assassina foi capturada antes de conseguir se matar e o fantasma da criança, conhecida como Amada, visita a mãe.
Em 2015, Toni Morrison disse à revista NEA Arts que já havia escrito um terço do livro quando decidiu usar o fantasma para abordar o questionamento moral a respeito de a mãe ter ou não razão de matar a filha. O livro virou um filme estrelado por Oprah Winfrey, que o coproduziu, e Danny Glover.
O romance faz parte de uma trilogia que a autora disse tratar do amor pela perspectiva da história dos negros. "Jazz", publicado em 1992, fala de um triângulo amoroso durante o movimento Renascimento do Harlem de Nova York nos anos 1920, e o terceiro livro, "Paraíso", publicado em 1997, fala de mulheres de uma cidade pequena e predominantemente negra.
Em 2015, ela publicou seu último romance, o décimo primeiro, intitulado Deus Ajude Essa Criança (nove de seus livros foram publicados no Brasil pela editora Companhia das Letras). Antes de se tornar uma autora conhecida mundialmente, Morrison trabalhou como editora para a Random House por 19 anos, revelando uma geração de escritores afro-americanos como Angela Davis, Gayl Jones e Toni Cade Bambara. Ela também foi professora da Universidade de Princeton entre 1989 e 2006.
Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)
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