Pais incentivam o talento e servem de exemplo

O ator, escritor e dramaturgo paraense Raul Franco, 45 anos, radicado no Rio de Janeiro desde 1997, fala com carinho do pai, o escritor, poeta e letrista Ronaldo Franco, de 71 anos: “Meu pai sempre quis estar na carreira de artista, mas tinha receio, minha mãe sempre diz. Eu sou a realização dele, que fui atrás e tive coragem de fazer. Para escrever ele foi a minha grande inspiração, ele sempre leu muito e incentivou à leitura”.

Já a maestrina Cibelle Donza, de 33 anos, aponta o padrasto Ziza Padilha, violonista, compositor e produtor musical, como “uma das principais figuras responsáveis pelas escolhas de carreira que fiz na vida. A primeira vez que meus ouvidos se abriram para a percepção do poder que os elementos como harmonia, contrapontos, timbres e demais aspectos que a música tem, fora a melodia, foi quando eu assisti a um show em que ele fez os arranjos”.

Em trabalhos recentes, Raul fez participações nas novelas Malhação, O Sétimo Guardião, Segundo Sol, Dona do Pedaço e Topíssima; gravou curtas para o cinema, além da série Perdidos, do Canal Brasil. Na literatura, está escrevendo o último livro da Trilogia do Amor, “Juntos ou separados, o amor é uma comédia”.

Ele fala com carinho das cartas que recebia do pai, antes do surgimento do e-mail e do Whatsapp: “Quando vim pra cá, fiquei muito sozinho, foi difícil. Matava a saudade em longas cartas com foto-montagens e linda caligrafia, que guardo até hoje”. Ronaldo fala da felicidade pelo sucesso do filho: “Ele é uma espécie de Ronaldo que foi adiante. O meu sonho realizado é o Raul. Adoraria ter sido autor de peças de teatro como ele é, e também um excelente ator nas novelas que ele já participou. O mais bonito da minha amizade com o meu filho é a liberdade de conversar tudo com sinceridade. Nele tenho um amigo”. Ronaldo já publicou oito livros de poesia.

Ziza Padilha e Cibelle Donza: admiração mútua e amor pela arte que ultrapassam o DNA (Marivaldo Pascoal / Divulgação)

Quando Ziza Padilha, de 44 anos, casou com a cantora Dayse Addário, Cibelle tinha 9 anos e cursava piano no Conservatório Carlos Gomes, mas não demorou para migrar para o violão clássico, instrumento do padrastro. Hoje, ela tem 33 anos. “A relação com a Cibelle é mais musical do que com o Léo (filho dele com Dayse). Acompanhei de perto ela se formar como musicista.

Hoje, ela é maestrina de orquestras e leciona na Escola de Música da Universidade Federal do Pará. Foi a primeira mulher a reger a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz!”, orgulha-se. “Ela me incentivou a voltar a estudar. Temos uma relação natural de pai e filha.” “As músicas que eu já conhecia soaram novas, muito mais interessantes depois dos arranjos dele. Foi a primeira semente plantada em mim de que eu queria fazer aquilo da vida”, conta Cibelle. 

Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)