Variedade de produtos gastronômicos atrai público ao Festival do Miriti

Brigadeiros, empadas, cremes, doces, sucos... À primeira vista, iguarias comuns da culinária. Não fosse o ingrediente principal: o miriti ou buriti. A suntuosa árvore, que pode alcançar até 30 metros de comprimento, serve de matéria prima não só para os tradicionais brinquedos feitos a partir da palmeira do miritizeiro, como na preparação de um leque vasto de iguarias feitas a partir do fruto, que fornece desde o palmito comestível até o óleo extraído da polpa. 

E é essa variedade de produtos gastronômicos que atrai um número cada vez maior de visitantes ao Festival do Miriti, em Abaetetuba, cuja programação é organizada pela Prefeitura Municipal com o apoio do Sebrae Pará, e segue até 2 de junho na Praça Francisco de Azevedo Monteiro. 

Com mais de 40 tipos de brigadeiros - recheados com sabores como pupunha, buriti, gengibre e abacaxi com coco - e 80 tipos de sucos - extraídos de frutos, raízes e ervas - no cardápio de criações, Vera Luz, 49, e Enilda Vasconcelos, 55 anos, formam uma dupla e tanto.

“Nós vamos fazendo testes pra criar novos sabores (de sucos e licores). O que sobra das frutas nós fazemos o doce e o que não dá mais pra ser reaproveitado usamos como adubo na nossa lavoura”, diz Enenilda Vasconcelos (Divulgação do evento)

Animadas e com bom papo, as duas amigas falam com orgulho do esforço que vêm fazendo ao longo de três anos de parceria para produzir uma infinidade de pratos de origem orgânica. “Nós vamos fazendo testes pra criar novos sabores. Chamamos atenção pela variedade de sucos e licores. O que sobra das frutas nós fazemos o doce e o que não dá mais pra ser reaproveitado nós usamos de adubo na nossa lavoura, em que plantamos produtos sem agrotóxicos”, frisa Enenilda, que também é lavradora ao lado da amiga e parceira da empreitada gastronômica que rendeu a marca Galeria da Terra.

Com uma produção composta por mais de 40 tipos de brigadeiros e 80 tipos de sucos, Vera Luz e a parceira Enilda esbanjam talento na cozinha (Divulgação do evento)

Sorridente, Vera Luz conta que aprendeu a cozinhar desde os nove anos, por necessidade. A mulher que alia simplicidade a uma enorme criatividade na cozinha fica feliz em mostrar os produtos que desenvolve ao lado da parceira de criações Elenilda. “Nós vendemos nossos produtos aqui, mas também na Feira do Agricultor da cidade. Ela trabalha com doces e eu trabalho com os outros alimentos. Aqui nós temos porco ao molho do miriti, camarão ao molho do miriti, vatapá de miriti e porco ao molho do tucumã”, detalha. 

Também afamada pelos cremes e brigadeiros de miriti que faz e, claro, disponibiliza em seu estande, Dona Maria do Carmo, de 54 anos, conta que as iguarias feitas a partir do fruto costumam ser mais procuradas por turistas que vêm à região em busca do sabor exótico e forte. Ela conta ainda que a produção dos alimentos fica sob a responsabilidade de um grupo formado apenas por mulheres para a época do Festival. “Somos uma equipe familiar e de amigas. Normalmente quem vem de fora quer provar as delícias feitas com o miriti, e nós estamos sempre dispostas a não decepcionar.”

Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)