Fotógrafo paraense Alberto Bitar expõe em São Paulo
O fotógrafo paraense Alberto Bitar abre, no próximo sábado, 15, na Galeria Virgílio, em São Paulo, sua exposição individual "Imêmores", com trabalhos produzidos ao longo dos últimos seis anos. A série é composta por cinco eixos: docs, voos, móbeis, cidades e margens, o último, ainda inédito.
A primeira subsérie a ser fotografada foi Imêmores (docs), a partir da inspiração de uma pauta de Alberto como repórter fotográfico, porém foi Imêmores (voos) que estreou em exposição, em 2014/15, e que fortaleceu o conceito do trabalho. É a primeira vez que o artista reúne obras de todas as séries produzidas até o momento.
A curadoria é de Mariano Klautau Filho. “Creio que o que conecta as séries é um aparente ‘estado de repouso’ dos objetos que ele escolheu para fotografar: documentos, automóveis, edificações, barcos, aviões e elementos naturais. Essa aparência, que é da natureza da visibilidade que a fotografia nos oferece, nos leva para um limite silencioso entre uma certa placidez dissimulada pelo rigor e equilíbrio com que ele fotografa e um mergulho um pouco mais fundo e inquieto na observação sobre o que esses lugares e objetos falam, de fato, no discurso que ele construiu com as imagens”, opina o curador.
A série também apresenta afinidade com outros momentos da carreira de Alberto. Segundo ele, trabalhos relacionados à memória, como Efêmera Paisagem e Sobre o Vazio, já indicavam o caminho para Imêmores. “Desde o início da minha trajetória, a captura do movimento na fotografia fixa era algo que me atraía, que buscava, e usei e ainda uso bastante, como nas séries Passageiro e Corte Seco. A partir de 2002, comecei a ver esse movimento acontecer de fato utilizando fotografias fixas no suporte do vídeo. E agora, em Imêmores, penso nesse movimento de uma outra forma, não um deslocamento no espaço, mas o deslocamento no tempo. As imagens dessa série, quase que totalmente, parecem fixas mas trazem signos e marcas dessa transposição na linha do tempo”.
Um pouco destes outros trabalhos poderá ser conferido pelo público nos livros que estarão disponíveis para a venda durante a exposição. Além de Efêmera Paisagem, Corte Seco e Sobre o Vazio, haverá exemplares de Súbita Vertigem e de Imêmores (voos) – primeiro de uma coleção de publicações prevista sobre a série que estará em exibição na Galeria Virgílio.
Alberto Bitar tem uma trajetória consolidada na fotografia paraense. Tudo começou em 1996, quando ele foi selecionado pelo projeto Antarctica Artes com a Folha, mapeamento da produção de jovens artistas do Brasil.
Além de trabalhar na imprensa local, realizou as exposições individuais Solitude (1994), Hecate (1997), Passageiro (2005), Efêmera Paisagem (2009/2011), Sobre o Vazio (2011), Corte Seco (2013 em Belém e 2015 em Porto Alegre) com estas duas recebeu o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia da Funarte, e ainda Imêmores (voos) (2014), Súbita Vertigem (2015), a retrospectiva Fluxo (2016), Imêmores (docs)(2016/17), Flux (em Durban-Corbiere em 2017) e Timeline (2019).
Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)
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