Chefs de cozinha vivenciam o manejo do pirarucu nos rios da Amazônia
O modo de vida das comunidades em Santarém, no oeste paraense, chama atenção pela simplicidade, mas atualmente está atraindo muitos olhares, principalmente dos grandes chefs da culinária brasileira que participam do Festival Gastronômico "Cozinha Tapajós".
Levados à comunidade Pixuna do Tapará, localizada à margem esquerda do Rio Amazonas, os chef's viram de perto como é feito o manejo sustentável e a conservação do pirarucu, peixe de água doce, muito utilizado na culinária da região do Tapajós.
Na comunidade, os chef's foram recepcionados pela família do senhor Alacid Mota, uma das que fazem o monitoramento do manejo do pirarucu nos lagos da comunidade, e pela professora da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e técnica da instituição Sapopema que dá apoio técnico para a comunidade, Socorro Pena.
Na ocasião, eles apresentaram todas as etapas para o desenvolvimento da técnica que contribui na conservação da espécie que há 30 anos está em fase de esgotamento, mas que com o trabalho de manejo comunitário ajuda na preservação do ecossistema natural.
A chef e referência na gastronomia, Danielle Dahoui, falou sobre sua vivência na comunidade Pixuna do Tapará. "Estou muito feliz com o que vi e acho que temos que dar visibilidade para essa forma de manejo do pirarucu e dos outros peixes. Trabalho há 20 anos no mercado de gastronomia e já ajudei fornecedores a crescerem e a serem grandes fornecedores de restaurantes. Sei o trabalho que é chegar no resultado final, na mesa do consumidor, mas como vi hoje, o amor, o respeito dentro da comunidade, como as coisas são divididas, de uma forma que o manejo que fazem aqui é um exemplo para o mundo, é uma experiência única", destacou.
O idealizador do evento, Saulo Jennings, se mostrou entusiasmado com a projeção da gastronomia da região. "As pessoas que estão vindo já vêm com a mente e o coração abertos de que haverá muita troca de conhecimentos. Não só eles recebem como dão ideias maravilhosas de casos de sucessos de outras regiões, de outros trabalhos que desenvolveram. Então o chef não vem fazer um trabalho só de cozinhar ou de ver ingredientes, muito mais que isso", explicou.
Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)
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