Reminiscências: A Capanema que tanto cortejamos

















Coluna Leitura Dinâmica -  Por Paulo Vasconcellos

Muitas eram as esperanças do povo nordestino que aportou para Capanema nos anos que iniciavam o Século XX, entretanto, tudo o que havia era a vontade de contribuir com o desenvolvimento estrutural de um Município que emergia.

Planejavam-se empreendimentos diferenciados para que o comércio aparecesse como alternativa de iniciar um intercâmbio econômico e financeiro capaz de sustentar as famílias, não só dos comerciantes, mas também daqueles que laboravam no setor. Se olharmos passo a passo a história de Capanema vamos chegar à conclusão de que o comércio foi o mentor maior da economia e vai continuar sendo assim por muitos e muitos anos.



Multiplicar todos os serviços, representa intensa atividade, até porque à agricultura é mola principal de um desenvolvimento que foi articulado desde os idos dos anos passados. De produção, a introdução da Malva apareceu como instrumento para melhoramentos na catalisação da economia por que empregou muita gente nas lavouras da Zona Rural principalmente.

As janelas e as sentinelas da cidade estavam abertas prontas para receberem o progresso que tanto se sonhava e que tanto se desenhava. Formavam-se os entes da política e com eles também as intrigas entre pessoas que queriam o poder a qualquer custo (nada diferente dos dias atuais). Naquela época nutriam-se desavenças entre os políticos e até entre parentes em que cada um defendia a sua bandeira partidária formando diversas frentes de adversidades.

Fazendo pesquisas em apontamentos da história e também conversando com pessoas que presenciaram muitas dessas contendas, entre elas o Saudoso José Smith que era morador de Mirasselvas, posso mensurar que os primos: Leandro e César Pinheiro, eram os grandes mentores daquela época. A briga pela sede do Município era muito acirrada pois quando Coronel Leandro Pinheiro estava na liderança do poder político, trazia tudo para Capanema ao contrário de seu opositor César Pinheiro. Esse por sua vez, quando chegava ao poder, transferia o setor administrativo do Município para a então Vila ou povoado de Mirasselvas e de lá comandava as ações.


O trem era o principal meio de transporte para levar cargas e passageiros a todos os rincões que compreendem o trajeto Bragança/Belém. A malva se constituía como forte cultura e também de reforço na economia, mas aí então começou a surgir o algodão, outra produção que tanto somou para o desenvolvimento do Município.

O setor produtivo começava a crescer e apareciam na plataforma da agricultura familiar como:  a mandioca, o milho, o arroz e o feijão que hoje é um dos principais carros-chefes da exportação. A Zona Rural formada precisamente pelos Distritos de Tauari e Mirasselvas tem também uma regionalização de outras localidades e essas podem ser relacionadas conforme as suas influências como são os casos de: Sétima Travessa (São Leandro), Segredinho, Tamatateua, Curral Velho, Santa Cruz, Samauma, Santa Rosa, Ucúuba, Tentugal, Parada Menino Jesus, Segredo, Igá-Sabão e os Belos Campos que ligam Mirasselvas a Tracuateua.

Sei que esta retórica poderia conter muito mais informações sobre as história primitiva de Capanema, mas para aguçar as memórias, procurei sintetizar e colocar um ponto seguido, pois pretendo dar sequência a outros importantes aspectos do crescimento estrutural de Capanema.







**O autor é escritor e poeta integrante da Academia Capanemense de Letras e Artes-ACLA e da Litteraria Academiae Lima Barreto-LALB/RJ. Publicou os livros: “Poetando”, “Inspirações Versatilizadas” e “Palavras do Poeta”, conta também com mais de 100 publicações em antologias da Câmara Brasileira de Jovens Escritores-CBJE e em outras plataformas.




Edição e digitação: Maikon Douglas
Texto: Paulo Vasconcellos
Escrito em: 09/04/2019, especialmente para o grupo “Amigos de Capanema”.
Imagens: Arquivo do Jornal de Capanema, fotos gentilmente cedidas por Phillip Hodgdon, guardas no Baú de sua Avó


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