Paraense é convidado a participar de mostras em Portugal
A cultura popular de São Caetano de Odivelas com o famoso boi de máscara é a inspiração para as diversas obras do artista paraense And Santos. O paraense foi convidado para participar da VII Bienal dos Países Lusófonos (Odivelas), do dia 2 de maio a 1 de junho, e da I ExpoAmazonia, de 23 a 26 de maio. Ambos os eventos serão em Portugal. Na programação da Bienal, And Santos participará do Fórum Internacional de Artes Plásticas, que terá representantes de vários países. Para angariar fundos para esta viagem o humorista e ator Cláudio Rendeiro resolveu fazer o show “Confrenti com Epaminondas”. Parte da renda também será revertida para as ações da Escola de Samba da Matinha.
“A gente se conhece porque eu sou de São Caetano de Odivelas, tenho casa e estou lá todo final de semana. O And participa do boi de máscara e é um excelente artista. A gente já se conhece há algum tempo. Algumas cidades de Portugal homônimas com o Pará fizeram uma parceria há uns três anos para fazer um intercâmbio cultural e aí dentro deste contato surgiu o convite para que ele participasse da Bienal da Arte”, explica Rendeiro.
Para o artista And Santos, ser convidado para participar deste evento internacional em Portugal foi muito significante. “É uma honra estar representando esta cultura paraense que temos. Vamos levar uma parte desta imensa cultura e não vamos falar só sobre o açaí ou o carimbó, vamos falar do boi de máscaras, que é o próprio caboclo paraense que brinca nesta manifestação. Vou levar um pouquinho para Lisboa e para o mundo conhecer um pouco mais”, enfatiza.
And Santos já participou da Cow Parade quando foi realizada em Belém. O artista criou a vaca de máscara, também em alusão à cultura de São Caetano de Odivelas. “Minhas obras realistas e surrealistas mexem com a poética e a antologia, que estudo sobre o que é ser caboclo amazônida paraense. É uma pesquisa etnográfica, que apesar do coloridão das telas tem uma poesia por trás e tem uma linguagem bem cabocla, apesar de ser bem decorativo”, conta o artista, que trabalha com pinturas, esculturas e grafites. Ele até chegou a batizar esta arte como “odivelismo”, por ser inspirada também na vida do povo do interior, como os caranguejeiros e pescadores. “Desde moleque e da adolescência venho pintando muros, sempre fui um obstinado e sempre quis retratar algo que fizesse parte”, relembra.
Fonte: O Liberal/Culutura (Texto e Foto)
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