Marujada: Uma festa que soma muito tempo





















Crônica da Semana – Por Paulo Vasconcellos

Nas minhas andanças pelas páginas da história cultural de Capanema encontro vários registros que condizem com o andamento da carruagem que sempre pediu passagem (Palavras do Poeta). Reporto-me aos tempos idos pós colonização, quando começaram a chegar por aqui, imigrantes de várias partes e cada um trouxe a sua cultura para desenvolve-la consequentemente.

A dança da Marujada, por exemplo, representa o folclore popular e Bragança é o grande berço, mas em Capanema também existem retratos que mesmo amarelados pelo tempo, justificam o desempenho de quem coordenou e até os dias de hoje, são realizados eventos que chamam a atenção sobretudo, destacando-se a originalidade das vestes dos marujos e marujas que dançam ao redor do mastro em que no seu cume é colocado o estandarte com a imagem de São Sebastião, o mais festejado por essas bandas.

São cumpridas todas as formalidades que a Marujada requer e os brincantes usam a forma descontraída para caminharem pelas ruas da cidade em direção ao local das manifestações e um desses locais é a comunidade do Rufino, distante cerca de 3 km do centro da cidade de Capanema. De acordo com os registros dos integrantes da “Marujada do Rufino” como é mais conhecida a manifestação, são 75 anos de tradição, motivo de reconhecimento dos moradores e também dos entes que guardam a cultura como ingrediente que alimenta as vontades para os registros no livro da história de uma cidade que mesmo com poucos focos de valorização cultural, agrega as forças de vontades que rompem fronteiras e resistem ao tempo.

Todas as vezes que me refiro à Marujada, coloco o saudosismo como “pano de fundo” e mensuro o calor que a festa de São Sebastião representa para Capanema, destacando o valor de cada grupo que se esmera para manter acesa a chama do folclore e assim por diante. Aplaudo os coordenadores dos grupos, pois a manutenção dos festejos depende do esmero e isso eu sei que existe.

Por fim, considerando que a cultura popular é um gênero ativo e nunca perde a originalidade da raiz, restando-nos continuar apoiando todos os manifestos para que num futuro bem próximo, tais incrementos culturais ainda sejam conotados pelos moradores e escritos por historiadores. São essas as palavras que destino aos bravos marujos e marujas que colorem de vermelho e branco as ruas, além dos centros onde são realizadas as apresentações. Salve a Marujada e o povo que acompanha de pé esse referencial de Capanema e da Região, principalmente durante as festividades de São Sebastião!!! (PV)




Edição: Maikon Douglas
Texto: Paulo Vasconcellos
Fotos: Gentilmente cedidas pela maruja Rosilda Dax, integrante do Grupo de Marujada “Os Timbiras”

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