Cristina Serra lança nesta terça-feira (11), no Pátio Belém, “Tragédia em Mariana”
A história dramática vivida pelos moradores de
Mariana, em Minas Gerais, e observada de perto pela jornalista Cristina Serra,
ganhou as páginas do livro “Tragédia em Mariana – A história do maior desastre
ambiental do Brasil” (462 páginas, R$ 59,90, Editora
Record), que a jornalista lança em Belém nesta terça-feira
(11), na Livraria Leitura, no shopping Pátio Belém, na trav, Padre
Eutiquio, a partir das 19h,
As noites de autógrafo da jornalistas são sempre concorridas
O desastre ambiental
completou três anos no dia 5 de novembro passado. Na época do rompimento
da barragem da Samarco em Mariana, em 2015, Cristina Serra era repórter do
Fantástico, da TV Globo, e fez diversas reportagens para o programa.
O volume de informações e
os recorrentes relatos de descaso impulsionaram Cristina a escrever o livro,
para que as pessoas pudessem entender não apenas o episódio, mas também como
funciona o licenciamento ambiental no Brasil, que a autora trata como
“irresponsável”. Hoje, ela alerta para possibilidade de novas catástrofes.
“As histórias dos personagens dessa tragédia são o
fio-condutor. As pessoas se interessam por histórias, é isso que o leitor quer
ler. Mas o livro mistura toda essa dimensão humana impactante com a questão dos
impactos ambientais, e o cenário institucional, que permitiu que a barragem
fosse construída”, conta Cristina.
Falta de perspectiva para desfecho da
tragédia
Para escrever o
livro-reportagem, a jornalista precisou se dedicar integralmente ao projeto,
durante esses três anos. “Precisava mergulhar nesse caso, estudar a deficiência
no processo de licenciamento da barragem, as normas que não foram seguidas, as
falhas. Também houve problemas na construção com troca de materiais, uma série
de decisões graves”, acrescenta a autora.
Cristina afirma que teve a
ideia do livro quando passou em natal de 2015 com vítimas da tragédia. “Estar
tão próxima, vendo o drama daquelas pessoas, arrancadas de forma abrupta do seu
local de nascença, e tentando, com todas as forças, superar aquela dor e
aquelas perdas, aquilo me deu o estalo. Era uma história tão incrível e
precisava ser contada. Ao mesmo tempo, a investigação já havia começado e os
primeiros elementos mostravam que havia, no mínimo, negligência na operação da
barragem. Então, eu juntei essas dus coisas e pensei: ‘Isso merece um livro”,
lembra.
Cristina Serra já lançou o seu livro em quase todo o Brasil e o
sucesso foi sempre espantoso. Em Belém não será diferente
A falta de perspectiva
para um desfecho da tragédia ainda intriga a jornalista. “O processo criminal
se arrasta. Inicialmente, eram 22 réus, hoje são 21. São 400 testemunhas, foram
19 mortes, e ainda não existe uma expectativa para que isso seja resolvido, uma
tragédia que envolve drama humano, impactos ambientais, erros dos diretores da
empresa, falta de fiscalização e cenário político”, explica.
De tudo que pôde ouvir e
apurar dos moradores e trabalhadores da região, Cristina destaca algumas
histórias em seu livro. O drama de Romeu Arlindo é uma delas.
“Romeu era um empregado da
mineradora Samarco, estava no alto da barragem quando ela se rompeu. Ele foi
arrastado pela lama, até que alcançou um terreno e conseguiu se salvar. É uma
história milagrosa”, destaca a jornalista.
A auxiliar de serviços
gerais Paula Geralda Alves também ganha um capítulo especial. Segundo Cristina,
foi ela que funcionou como “alarme”, salvando tantas vidas no povoado da
região.
“Antes, não era lei essas empresas terem sirenes para uma situação
de emergência. O gesto da Paula foi muito importante nessa questão. Foi ela
quem viu a lama descendo e saiu correndo com sua moto para avisar as pessoas do
povoado, que puderam se deslocar a tempo. Paula foi incansável, funcionou como
um alarme até a gasolina de sua moto acabar”.
Fonte: A Província do Pará com informações do G1
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